domingo, 12 de abril de 2020

O que o Cortex Pré Frontal faz ? - PFC

Estivemos tratando dos princípios que nos trouxeram até aqui:

Em busca da Fisiologia do Córtex Pré-Frontal

Evolução das Colunas Neuronais

O primeiro (em busca da fisiologia ...) expôs o momento prático da vida em que este subsistema cerebral entra em ação (se bem que está presente em todos os nossos momentos da vida que envolvem planejamento, sequência e tomada de decisão).

O segundo (Evolução das colunas neuronais) mostrou como nosso Córtex Global vai acrescentando informações CATEGORIZADAS, ou seja, falando mais concretamente, em suas colunas mais lógicas. E estas colunas se organizam sob a lei conhecida como Lei de Hebb. E como esta Lei se manifesta, em termos práticos ?

Vejamos como isto se dá, dando como exemplo a Coluna dos referenciais, vista no post anterior:



Quando a pessoa está apreciando um contexto onde se diz a ela que algo está "acima" de outra coisa, esta Coluna Neural é SENSIBILIZADA, no Cortex Cerebral. A ideia de "acima" recebe um forte estímulo, mas junto com ela, em menor intensidade, são sensibilizadas as ideias de "Em cima", e seus opostos "Abaixo" e "Embaixo", pois uma ideia imediatamente sensibiliza seus opostos.



Este comportamento é o que reza a Lei de Hebb: "Neurônios associados são ativados conjuntamente". Se eles não estavam conectados antes, pelo fato de serem ativados juntos, acabam se ligando um ao outro.

E onde entra o Cortex Pré Frontal nisso

O Cortex Pré-Frontal é justamente o indexador destas colunas, tão cuidadosa e exaustivamente construídas e organizadas, ao longo da vida do indivíduo. Mas ele não é só um indexador, adiantemos, para evitar más interpretações.

Já reparou que é mais fácil pensar por categorias ?

Suponhamos que alguém te peça para enumerar palavras iniciadas com a letra "A". Você terá enorme dificuldade tanto para começar a ditar as palavras, como para continuar achando as demais.

No entanto, se alguém te pedir para enumerar frutas, você fará esta tarefa com mais facilidade. Esta "contradição" foi apresentada pelo professor Alberto Del Isola, em uma de suas palestras para estudantes que estavam ali para aprender melhores técnicas de memorização, para fazerem a prova da OAB. Na época, fiquei muito intrigado com aquilo, e agora posso apresentar a vocês, leitores, a razão.

Prestem bem a atenção.

Nossas Colunas Neuronais não são ordenadas alfabeticamente. Se assim fosse, 26, no caso de quem fala português, seriam suficientes. Mas, felizmente, não é assim.

Nossas Colunas Neuronais são organizadas em categorias, e o nosso Cortex Pré Frontal, o subsistema da maturidade individual, é como o índice utilizado nas bibliotecas, para achar os livros pelo Tema Principal.

Simples assim. E além disso ele perfaz:

  • Comparações;
  • Memória de curta duração;
  • Organiza sequências de etapas/tarefas;
  • Análise de um contexto;
  • Síntese a respeito de um contexto;
  • Induções;
  • Planeja a conduta conforme o local e pessoas presentes;
  • Estabelece leis para o seu grupo de convivência;
  • Reconhece conceitos avançados como política, sociedade, nação, país, mundo, universo e ... reino espiritual.

Diagrama Final


No próximo Post tentaremos descrever as funções avançadas do Cortex Pré Frontal, de forma sempre esquemática e prática.











sexta-feira, 10 de abril de 2020

Evolução das colunas neuronais - PFC

Já falamos resumidamente sobre as colunas neuronais de nosso cérebro, em post anterior . Mas agora vamos fazer mais um trabalho metódico de exposição de como elas vão se organizando, fazendo ligações, até produzir uma coesão dos núcleos que respondem por nossas ideias e que provocam este ATO REFLEXO conhecido pelo nome de LEMBRAR-SE/MEMÓRIA.

Colunas neuronais primárias

Colocamos aqui conceitos dos mais básicos dominados até por uma criança:

 Aqui foram retratados conceitos e ideias, organizados em suas devidas colunas, para espelhar a vida de um jovem bem novo, cujo maior universo é o familiar.



Aqui acrescentamos o complemento de um jovem de 7 anos (em média) que já domina o conceito de proporção e sabe reconhecer conceitualmente os objetos no campo teórico, ou seja, sabe apreciar e conjecturar sobre seus parâmetros geométricos.

Reparem que para poucos conceitos introduzidos, o número de ligações estabelecidas é bem maior.

Vamos incluir mais um conceito, o de ordenação:



Quanto mais conceitos, mais ligações. Tente, você mesmo, imaginar novos conceitos, dentro de categorias Neuronais que poderiam ser introduzidos, e as consequências para o modelo.




terça-feira, 7 de abril de 2020

Em busca da fisiologia do Cortex Pre Frontal - PFC

Introdução

Consulte a literatura, e ao invés de obter informações precisas sobre o PFC (Cortex Pré Frontal em inglês), você se depara com as mesmas informações vagas que atribuem a ele:

  • Planejamento;
  • Previsão de ações futuras;
  • Estratégias de interação social;
  • Função executiva;
  • Atenção;
  • Memória de trabalho;
  • Tomada de decisões;
  • Memorização de procedimentos;

Todas estas atribuições foram levantadas na base de lesão X função perdida.

Apesar de ser um método espirituoso, o pesquisador continua na mesma. Qual é, pelo menos em termos esquemáticos e úteis o princípio que este "subórgão" ou "subsistema" cerebral usa ?

Sequência

Todos os processos que aprendemos, desde crianças, seja o de montar as peças de um brinquedo, até nossas difíceis tarefas de adultos, se compõem, basicamente de uma sequência de etapas. Cada etapa se beneficia da anterior concluída, levando-nos cada vez para mais próximo do objetivo.

No caso do cérebro, como isto é feito, em termos neuronais ?

Já falamos das Colunas neuronais em um post anterior. O cérebro já se organiza fisiologicamente para ficar sensível ao estabelecimento de uma CADEIA DE EXCITAÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÓXIMOS.

A estrutura em Colunas Neuronais coloca os objetos de um procedimento ou processo próximos entre si. Como em uma Planilha do Excel, temos as Colunas, com os Conceitos de uma categoria de ideias que descrevem o mundo, e as linhas, com as possíveis ligações entre as Colunas, para fazer associações que surgem num processo.

Vamos dar um exemplo muito simples, que não exija muitos subprocessos, sem levar em conta embalagens, lavagem de louça e nem verificação se existe ou não aquilo de que precisamos. 

Exemplo da fritura de um bife

O que faremos, a grosso modo será:
  • Pegar uma frigideira ou até uma panela que não seja funda no armário da cozinha;
  • Pegar os temperos no armário da cozinha;
  • Pegar a carne na geladeira; 
  • Pegar o óleo no armário da cozinha;
  • Temperar a carne;
  • Colocar o óleo na frigideira;
  • Ligar o queimador do fogão debaixo da frigideira;
  • Colocar o bife em cima do óleo;
  • Fritar o bife;
  • Comer o bife.

Veja que não fizemos subprocedimento perguntando se existe tempero, óleo ou bife, colocando etapas como "Se não tiver carne, prepare a compra da carne", "Se for comprar a carne, verifique se tem dinheiro", etc, subetapas que tornariam o nosso procedimento muito longo e complexo.

Como estas informações PODEM estar armazenadas em suas colunas neuronais, para facilitar o processo de fritura do bife ? Uma pessoa que já tenha observado a mãe ou pai ou tia ou avó fazendo o bife tem uma organização cerebral que não precisa necessariamente ter estas entidades citadas (frigideira, bife, óleo) próximas. Como esta pessoa só conhece os conceitos, mas nunca pegou na massa, estas entidades não estão bem próximas.

Já uma cozinheira tem uma organização cerebral destas entidades muito mais coesa e próxima, inclusive com uma outra característica de que vamos falar. Em seu cérebro, existem colunas bem específicas com as entidades envolvidas no cozimento e fritura de alimentos, mais ou menos desta forma que vamos enumerar:

Organização das colunas neuronais básicas de uma cozinheira


Coluna 1: Containers de comida
Frigideira pequena;
Frigideira média;
Frigideira grande;
Panela rasa;
Panela funda;

Coluna 2: Utensílios para mover e cortar o bife
Garfo longo de 2 dentes;
Garfo longo de 3 dentes;
Garfo médio de 2 dentes;
Garfo médio de 3 dentes;
Facão de 1 corte;
Facão de corte duplo;
Escumadeira para retirar o bife;

Coluna 3: Temperos para carne
Sal grosso;
Sal fino de cozinha;
Molho Barbecue;
Molho de tomate;

Coluna 4: Tipos de aceleradores da fritura
Azeite;
Óleo;
Banha;
Manteiga;
Margarina;

Coluna 5: Tipos de cortes de carne
Filé mignon;
Contra-filé;
Alcatra;
Maçã de peito;

Quando surge a decisão de fritar um bife, no cérebro desta pessoa de colunas mais especializadas, a Coluna 5 já excita a Coluna 1, que excita a Coluna 2. Antes de colocar o bife na frigideira, ou em um dos containers enumerados, surge uma certa ansiedade, pois a pessoa sabe que precisa de um meio intermediário entre a frigideira e o bife, para que ele não queime (aprendeu com alguém da família ou em curso de culinária). Esta ansiedade é necessária para excitar a Coluna 4.

A ansiedade em relação à Coluna 3 é menor, pois não existe um temor relacionado a ela do bife estragar. Mas a pessoa sabe, pela experiência, que o gosto fica mais apurado se forem utilizados os temperos apropriados na fritura do bife.

O valor da experiência

Esta organização criteriosa, extensa e boa candidata para que a pessoa possa ser conhecida como boa cozinheira só é atingida com muitas experimentações, muitos erros, constatações e opiniões e conselhos de outras pessoas. A isto chamamos experiência. E experiência pode ser redefinida como:

ESTADO PRIVILEGIADO DE ORGANIZAÇÃO NEURONAL APÓS EXPERIMENTAÇÕES E APERFEIÇOAMENTOS.




A experiência, agora redefinida em bases mais científicas, é um processo que veio, ao longo do tempo:

Agrupando entidades afins em colunas organizadas;
Agrupando categorias cuja relação de excitação, num tempo comum, é frequente;

Isto se adequa à Lei de G. M. Edelman que diz que:


"Neurônios que se ativam juntos, conectam-se juntos"

Organizados em colunas próximas, eles tem condições de responder com mais facilidade e eficiência à esta sábia lei.

Um índice, e não a biblioteca inteira

No entanto, a região do cortex pré-frontal não tem o gigantismo necessário para conter a biblioteca inteira de entidades separadas nas diferentes regiões do cérebro. Como as fichas de uma grande biblioteca, cujo arquivo se chama "Indice remissivo", o Córtex Pré-Frontal possui a organização das ligações para numerosas regiões do cérebro, para um conhecimento só de conceitos, acrescido de ligações para os centros emocionais, de modo a fazer as decisões corretas  no terreno social.

Isto se assemelha ao conceito utilizado na computação de "Memória Virtual". A memória física de um computador, mesmo na quantidade de que dispomos com a tecnologia de hoje, ainda não atinge a capacidade de Terabytes (AINDA NÃO). No entanto, técnicas de indexação (uso de índices, como o índice de um livro) possibilitam acessar todo o conteúdo de um banco de dados gigantesco, com um índice que só armazena o número dos registros contidos no disco armazenado na CPU do computador (chamado de HD).

Conclusão

O PFC, ou Cortex pré-frontal, faz uma indexação bem parecida com a resultante das técnicas utilizadas pelos computadores, que o ser humano "SEM QUERER" colocou em prática no seu trabalho de construção de sistemas operacionais que fazem funcionar desde celulares até computadores. Não tem mistério nenhum.

 Falaremos mais sobre este processo em outros posts.









domingo, 19 de maio de 2019

Comportamentos: Cópia e Espírito Crítico

Quanto mais novos estamos, mais suscetíveis também somos à imitação involuntária ou voluntária.

Este mecanismo nos foi colocado pela natureza, sabiamente, para que possamos responder instintivamente à educação que os adultos (pais e professores) vão nos dar.

Já falamos nisto no post sobre os Neurônios Espelho. Definindo-os, agora, de forma mais metafórica e didática, podemos chamá-los de Neurônios COPIADORES.

Neurônios Copiadores

Pense bem. Uma das formais mais comuns e fáceis de se resolver um Problema é COPIAR UMA SOLUÇÃO JÁ UTILIZADA, e que, logicamente, já deu certo.

Lembra-se das fórmulas matemáticas, da Química ou da Física, que te foram apresentadas na Escola. Elas não passam de soluções já experimentadas, que já resolveram os problemas correspondentes , de forma eficiente.

Da mesma forma que as fórmulas, nossos neurônios (espelho) "Copiadores" estão em nosso cérebro para nos lembrar das soluções de problemkas parecidos e garantir a nossa Sobrevivência.

Relembrando o que já dissemos no post Neurônios Espelho, estes neurônios fazem com que você imite os movimentos dos outros, como cruzar os braços quando alguém está conversando com você e faz o mesmo, ou como colocar as mão na cintura quando a outra pessoa faz o mesmo gesto. Fazemos isto instintivamente, pois esta é a base da educação: REPETIR AS AÇÕES DOS OUTROS.

O olho humano vê uma atitude. e para a aceitação social, seu cérebro quase te obriga a COPIAR aquele gesto ou postura.

CONCORDÂNCIA

Os comportamentos que citamos estabelecem uma Concordância , e são consequência da ação destes Neurônios Espelho. Esta reação é a base gestual do processo de Empatia e de Simpatia. Para mostrar, também, que estão ouvindo e compreendendo uma pessoa, costumamos balançar a cabeça em aprovação.

Se você está conversando sobre um assunto, com outra pessoa, vamos supor que ela concorde com o seu ponto de vista. Os seus neurônios que perfazem a rede neural que corresponde às relações contidas neste assunto vibram em uma expressão de identificação com aquela opinião. É como se estivessem batendo palmas para a opinião que veio de encontro à sua. E desta forma, como se estivessem "cruzando os braços" quando a outra pessoa também os cruza, provocam um sentimento inexplicável de aprovação e felicidade no seu íntimo.

Como é boa e benéfica a sensação mental quando alguém concorda conosco !!!!

Esta concordância, em última instância, pode promover o partidarismo entre grupos sociais.

Neurônios inibidores

Mas imagine uma humanidade onde todos passam aos seus descendentes seus mesmos pontos de vista, de forma interminável, fazendo com que todos tenham a mesma opinião. Que horrível seria o mundo !!! Portadores dos mesmos pontos de vista, teríamos um mundo sem evolução do raciocínio. Ninguém conseguiria ver as falhas sociais e tecnológicas, e teríamos uma estagnação do pensamento.

Em nosso processo de amadurecimento, sob condições sociais de controle, espera-se que seja atingido um limite nesta tendência de copiar os processos alheios. Os jovens adolescentes copiam, sem pensar, as reações da pessoa mais influente do grupo a que pertencem,

Vai chegando uma idade, ou um ponto de amadurecimento, em que vamos desenvolvendo uma opinião própria e justificada por RAZÕES PESSOAIS, fruto de nossas experiências, dado que a vida de uma pessoa não é exatamente igual a de outras.

O indivíduo, antes de concordar com os outros a sua volta deve pesar:

  • Quem é o outro que emitiu a opinião e como ele costuma agir frente às situações;
  • Se a forma de pensar da maneira proposta traz consequências graves e desnecessárias;
  • Se o pensamento em pauta já levou pessoas ou grupos a resultados funestos;
  • Se o pensamento colocado não é mais adequado, devido às mudanças observadas no sistema a que ele se propõe aplicar;
Se a ideologia expressa no pensamento proposto provocou a morte ou corrupção de muitas pessoas;
Quando deixamos de pesar estes fatores, torná-mo-nos meros Copiadores, sem personalidade, comportando-nos como inocentes úteis.

Qual é o pré-requisito para poder usar a "balança da vida" e não ser um Copiador. Temos que conhecer a História Universal e a Psicologia do ser humano.

Portanto, para moderar os neurônios Copiadores devemos estabelecer neurônios inibidores das reações automáticas. Estes inibidores são responsáveis pelo Julgamento que uma pessoa amadurecida faz sobre aquilo que chega aos seus olhos ou ouvidos. O Julgamento que fazemos se deve aos relacionamentos cerebrais solidificados por uma boa educação, e que nos alertam que:
  • Não se deve roubar, a não ser que a sobrevivência de seu corpo biológico esteja em jogo;
  • Não se deve matar, a menos que o outroesteja disposto a fazer o mesmo com você ou contra pessoas inocentes;
  • Não se deve mentir, a menos que o seu interlocutor também seja um mentiroso contumaz, e esteja te interrogando com o claro propósito de te prejudicar por intenções obscuras;
  • Não se deve andar em más companhias (ensinamento dos avós e dos pais);
  • Não se deve prejudicar alguém que tenha te ajudadoum dia, e que não incorra nas condições anteriores;
Os neurônios inibidores se desenvolvem a partir da orientação básica de que "DEVEMOS PENSAR ANTES DE AGIR" (quando a situsação não exigir uma reação abrupta). Nossas experiências pessoais é que vão moldar nossas regras internas de forma Individual, e vão gerar uma identidade própria, reconhecível e Única. No entanto, isto se dará de forma otimizada somente após os 25 anos, quando o Córtex pré-frontal se encontra amadurecido e com o seu desenvolvimento completado.

Empatia com personagens

Uma outra evidência da existência destes neurônios espelho está em nosso comportamento, quando assistimos aos filmes. Uma pessoa com um desenvolvimento não doentio de seu pensamento, e que guie o seu poensamento e o seu proceder dentro das regras que enumeramos anteriormente, se identifica com os heróis ou personagens justos dos filmes. A pessoa sente tanta identificação com aquele personagem, que "torce" pelo seu êxito e sofre quando ele está em perigo.

Pessoas com a vocação da bandidagem, pelo contrário, torcem pelos personagens perversos e de atitudes condenáveis, por motivos óbvios. Estas pessoas não tem uma forma de pesar a justiça como é largamente difundido na educação geral das crianças. Ela, por problemas mentais ou comportamentais, se recusa a aceitar as regras tão incansavelmente repassadas de geração em geração, desde que o mundo é mundo.

Bloqueio dos neurônios inibidores

Vamos supor a seguinte situação:

Você está em companhia de alguém irresponsável, que não costuma seguir as regras que enumeramos, é dado às reações agressivas e costuma ser vaidoso, mas que nunca exagerou. É seu amigo, mas raramente você sai com ele, por saber que este tem limitações. Esta pessoa está com você em um restaurante. Sem razão aparente, ela ofende alguém da mesa ao lado da sua.

Se você é provido de uma "boa rede de neurônios inibidores", rede esta desenvolvida a uma boa educação, a uma soleção de experiências pessoais construtivas e, por isso, com uma capacidade de interpretação das intenções humanas e de suas baixezas e limites, você vai envidar todos os esforços para impedir que seu companheiro agrida a outra pessoa, dialogando com ele, e induzindo-o a deixar o local.
 
Se você fosse um mero copiador, você o ajudaria tanto a ofender quanto a agredir fisicamente aquele que seu amigo ofendeu, pelo chamado "espírito de emulação", que é o reflexo objetivo de um Copiador.

Conclusão

Viver não é fácil., Ser educado não se resume a ter brecebido uma boa Educação, composta de regras. A boa educação é um padrão que você pode copiar pela mera obediência a uma característica biológica do ser humano, para ser aceito na sociedade.

É preciso mais  É preciso procurar muitos exemplos, e selecionar os que mais se adequam às regras propostas. É preciso estudar grandes personalidades que passaram pela nossa História Universal. É preciso gostar daquilo que é TRABALHOSO e DEMORADO mas que dá bons resultados, ao invés de gostar do que é IMEDIATO e RÁPIDO, mas que traz consequências para terceiros, um jogo onde você ganha e outro ou outros perdem.

Educação é uma junção de berço com vontade inabalável de ser justo. Os atos de uma pessoa educada produzem empatia com os justos.

Se seus pensamentos e ideias forem bons, seus atos igualmente o serão, do contrário você se torna uma "bomba relógio social".

E lembrem-se: CUIDADO COM A OPINIÃO DA MAIORIA. Cuidado com opiniões baseadas em teorias que levam à felicidade geral e à IGUALDADE, pois geralmente elas escondem interesses de grupos, pois estamos em uma Humanidade, e a Humanidade é imperfeita, repleta de interesseiros e de perversos. Se não o fosse, nosso mundo estaria em permanente estado de paz.


sábado, 15 de setembro de 2018

O foveamento do raciocínio

Vamos mostrar um fenômeno drástico, extremo e lamentável que está ocorrendo com as pessoas, patentemente visível nas discussões nas redes sociais.

Foveamento

Primeiro vamos explicar o que é Fóvea. Nosso olho possui uma região onde se concentra o foco da imagem, e onde existe a maior densidade de células óticas denominadas cones, responsáveis pela detecção das cores. Portanto, aqui, estamos usando o termo "foveamento" no sentido de convergência de algo para um "foco".

Foveamento de Raciocínio

Quando pensamos em um assunto/contexto de aspectos conhecidos em contexto diverso ao que estamos acostumados ou em um assunto novo, temos a tendência de "fechar" nossa abordagem em um foco restrito, mais fácil ou mais conhecido para nós. Ou seja, deixamos de "ver" os aspectos que estão em volta.

Por exemplo, perto de nós se inicia uma discussão em torno da Previdência Social. Começam os comentários. Uns falam que "a gente trabalha muitos anos", outros que "descontam dinheiro demais do nosso salário", ou que "a previdência tá falida". Estes comentários são expressões superficiais. Todos tem consciência destes fatos sobre a Previdência. No entanto, falta o conhecimento profundo, aquele que aborde as regras da Previdência, em busca de soluções, como, "em vista do limite de idade de 65 anos, o melhor é começar a trabalhar somente após os 30 anos, para perfazer 35 trabalhados apenas".

Outro exemplo podemos tirar das reuniões com coordenadoras de escolas, quando chamam os pais (experiência pessoal) para conversar sobre as atividades dadas aos alunos. Vejam algumas colocações extraídas destas conversas memoráveis:


  • O aluno precisa compreender a importância das atividades em sala de aula;
  • É fazendo o para casa que ele se prepara para a atividade na aula;
  • O aluno precisa de um lugar tranquilo para fazer o para casa;
  • Se for preciso o aluno deve ter um acompanhamento de um professor particular;
  • Os pais tem que ajudar o aluno a fazer a atividade e resolver as dúvidas dessa;
  • O aluno precisa ter autonomia, aprender a raciocinar, pensar por si mesmo;


O que há de errado na abordagem contida nestas frases ? Vemos que tratam do assunto educação e do tema "atividades para o aluno". O leitor vai compreender agora, com a pergunta que os pais  geralmente fazem a estes coordenadores:

"Qual é o método que vocês tem para o aluno fazer a atividade ?"

Esta pergunta vai na "fóvea" do problema. Acontece que este é um dos problemas na educação, pelo menos brasileira: os próprios educadores só tem sugestões superficiais, Nem mesmo eles tem a solução. Sem entrar no problema da educação, pois nossa preocupação é outra, queremos mostrar, com as frases dos coordenadores, a fuga da "fóvea" do raciocínio. Não se trata propriamente do foco. Trata-se da parte do "colorido" da questão.

Lembram da definição de "fóvea" ? A fóvea é a região de recepção das cores, onde portanto a imagem está mais nítida em suas características determinantes. Ao dar este tipo de resposta que os educadores dão aos pais, eles olham a parte "preto e branca" do assunto, pois é mais cômodo. Tanto é cômodo que uma das sugestões dadas aos pais é a contratação de professores particulares. Ora, se a escola já tem professores, com a função de ensinar, mas querem delegar a função a terceiros. É o Brasil.

Nas redes sociais

Mudemos de assunto, nos dirigindo para as redes sociais. Apreciem vocês mesmos as discussões. Nestas ninguém procura uma solução. É o próprio problema que é abordado, aumentado, deturpado e transformado em algo insolúvel, em tom de pessimismo. Mas o pessimismo, na raiz, não provém de uma falta de solução, e sim na preguiça e falta de informação para a busca de soluções, pois tudo é visto e absorvido de forma superficial.

Para responder a um comentário, os envolvidos colocam qualquer videozinho feito as vezes até por adolescentes, sem conhecimento nenhum, pois na falta de conhecimento preciso, qualquer um serve.

Conclusão

Estamos perante um contexto que favorece o aumento crônico e nefasto da ignorância em nosso país. A abordagem e o conhecimento superficial estão se tornando prática. A Internet, mal usada, está se convertendo no Banco de ideias superficiais, meias verdades e balcão de guris e adolescentes com o status de MBAs nos diversos assuntos. E agora, o pior. Pior que guris e adolescentes, são os pretensos filósofos, que ao invés de "cutucar a ferida do brasileiro", dizem aos nossos compatriotas apenas o que eles gostam de ouvir, porque agradando a platéia, podem ganhar dinheiro dando palestras superficiais.

Não vejo, no Youtube, pessoas com conhecimento que critiquem o modo de ser e de proceder do brasileiro, que deixa a nossa rica terra sem crescer. Será que é porque se ele fizer isto os anunciantes não vão se interessar em patrociná-los. Sabem qual tipo de canal dá mais audiência ? Aquele que contiver o conteúdo mais vazio possível.

Faça um favor ao seu país, evitando os canais destes oportunistas, antes que nosso Brasil se converta na pátria dos idiotas completos.

domingo, 9 de setembro de 2018

Pensar - O ato reflexivo

Os educadores e os teóricos do autoconhecimento vivem falando às suas audiências:

Para Pensar você precisa refletir sobre o assunto

A maior parte das pessoas acha que Refletir sobre um assunto é ficar em silêncio, sozinha, em algum lugar bem quieto, pensando incessantemente naquele assunto, como em um exercício de meditação. E, daquele momento de reflexão, mesmo demorado, pode simplesmente não sair nenhuma conclusão.

John Dewey

Vamos então mudar bruscamente a direção de nossa narrativa, e voltar ao início do século XX. Foi há muito tempo. Corre o ano de 1910. Um filósofo e educador norte-americano, de nome John Dewey, publica um livro cujo título é "HOW WE THINK", que se traduz exatamente em "Como pensamos".

Neste livro, o autor mergulha no tema em busca de um método ou explicação detalhada de qual seria o mecanismo, o procedimento, para que realmente pensemos, e como ensinar aos alunos a pensar. Hoje vemos claramente, pelo modo das pessoas se expressarem, e pelo modo de escritores escreverem, que a ciência do pensar foi esquecida. Os pensamentos estão apressados. As mentes se acostumaram à preguiça do "SÓ VER". E mesmo vendo, as pessoas não estão interpretando os fatos corretamente, pois não sabem como utilizar o Ato Reflexivo para PENSAR.

Na presente discussão, vamos considerar a divisão da edição em inglês, em capítulos, perdida na edição que está hoje na Biblioteca do site www.dominiopublico.gov.br., que trata resumidamente de cada tema abordado por Dewey. Cabe neste momento comentar que um dos fatores que serve de infra-estrutura para o Ato Reflexivo é a DIVISÃO em capítulos e em itens, que está sendo deixada de lado nos dias de hoje, apesar da capacidade automática dos editores de texto em fazer a correspondência entre estas partes e o índice final.

O livro trata muito de didática, e lá pelo Capítulo 7 (edição original), cujo título é "Inferência sistemática: Indução e Dedução". O primeiro item tem o subtítulo "O duplo movimento da Reflexão". Compare este com o título da edição em português: "Análise do ato reflexivo" e ao subtítulo "Fatos e ideias". Na forma original, o título é inserido realmente em um terreno científico com termos técnicos: Indução e Dedução. Percebe-se que o assunto é para todos que pensam. Já o título da edição em português remete o assunto aos militantes do terreno da didática somente. Parece que há uma aversão aos termos Indução e Dedução, por serem mais do domínio da matemática. Acontece que Pensar é algo parecido com a lógica matemática, pois é dito que quem pensa "junta os fatos", e estes mesmos levam a um resultado lógico.

O movimento duplo da Reflexão

Vamos nos dedicar ao núcleo do nosso tema, e nos referir à versão em inglês, pois a tradução para o português foi mais uma adaptação do que mesmo uma tradução e, pior, uma adaptação com perda do real significado do tema.

O primeiro item do capítulo (subtítulo) é "O duplo movimento da Reflexão", e começa com o seguinte:

"A característica que provem do Pensamento vemos ser a Organização dos Fatos e condições as quais, justamente como se apresentam, são isoladas, fragmentárias e discrepantes, sendo esta organização tal que estabelece as ligações (links) ou termos intermediários. Os fatos, como apresentados, são os dados, o material cru para a Reflexão".

Brilhante. Traduzindo para o nosso entendimento, o que ocorre com todos nós quando somos pegos de surpresa por uma nova situação factual, é mais ou menos o seguinte. Quando olhamos uma situação, pela primeira vez, os fatos apresentados parecem ser isolados, sem relação um com o outro, como se a situação fosse absurda. É óbvio, em nossa memória o NOVO ainda não foi organizado em Fatos Conhecidos com Relações Conhecidas. Em seguida ele esclarece justamente isto: "sendo esta organização tal que estabelece as ligações (links) ou termos intermediários" . Repare que existe um elemento introduzido, e que as pessoas ignoram: "termos intermediários".

Vamos dar um exemplo simples. Olhamos um par de pessoas andando na rua. Um homem e uma criança. Ambos estão de mãos dadas. Um dos termos intermediários, que não aparece na hora é o da Relação (link) filial/paternal entre eles. A princípio, pois pode ser que o tio esteja passeando com o sobrinho, ou que sejam até irmãos com idades bem diferentes.

Em outras palavras, quando vemos dois dados isolados ( o adulto e a criança, ou o maior e o menor ), estes não bastam por si só, pois os fatos dos quais eles participarem só farão sentido se soubermos a relação entre eles. Por exemplo, se o menor disser ao maior "você não manda em mim", devemos concluir que o menor não é filho do maior, pois se o for está se revelando um rebelde, carecendo de uma correção à altura, para não ficar mal-educado. Não cabe aqui a suposição de que o menor pode estar na adolescência, pois adolescentes não se permitem andar de mãos dadas com os pais, em geral.

O caminho duplo

Ora, a situação demonstrada como figuração para a primeira frase de Dewey, resumo do ato de pensar, é perfeita. Olhamos do menor para o maior e obtemos as possíveis relações filho, sobrinho e irmão menor. Olhando do maior para o menor, obtemos as possíveis relações pai, tio e irmão maior.

Poderíamos notar estas relações funcionando ao analisarmos outra situação. Um adulto está saindo de um carro e fechando o mesmo com a chave. Os dados são Adulto e Carro. O adulto pode ser o próprio dono do carro. Também pode ser o filho do dono, para o qual foi emprestado. Se o carro tiver um logotipo de empresa estampado na lataria, podemos especular que o adulto é apenas o motorista do carro, ou que o dono usa o carro como veículo de serviço e veículo pessoal. Dono, filho do dono e motorista são as relações (links) possíveis entre o adulto e o carro.

"Os FATOS, representados pelos DADOS, são o material 'cru' da Reflexão. Seguem-se as sugestões de algum significado que, se puderem ser substanciados, comporão um TODO no qual os vários fragmentos, a princípio confusos, se mostrarão coesos." Diz, John Dewey. Magnífica exposição, em poucas palavras. E continua: "O significado sugerido alimenta uma plataforma mental, e um ponto de vista intelectual, que permite notar e definir os Fatos de maneira mais cuidadosa, de forma a possibilitar observações adicionais, e para constituir experimentalmente, condições diversas". Ou seja, conhecendo a real associação dos Fatos, podemos fazer simulações a partir desta situação inicial JÁ ENTENDIDA.

Situação atual do ato Reflexivo

Nos dias de hoje, ao lidar com Fatos em um conjunto, os meios de comunicação estão se esquecendo de buscar as relações entre eles, mesmo dispondo dos vídeos feitos no momento em que algo acontece. Cada Fato de um Contexto é apresentado como se fosse uma verdade estanque, suscitando nas escolas, nas palestras e até em congressos a necessidade daquele que fala lembrar a audiência que:

NÃO SE PODE ANALISAR O TEXTO FORA DO CONTEXTO

A situação chegou a tal ponto que os profissionais de didática, até da Alemanha, berço de gênios da Física, Química, Música e Literatura, tem que recomendar aos estudantes alemães que "liguem o cérebro".

A situação na Alemanha atingiu um patamar em que, aos onze anos, o sistema educacional decide quais continuarão os estudos em direção à Universidade, e quais terão que ser conduzidos ao ensino técnico. E apresentam um estudo abalizando tal conduta. O método já havia sido utilizado, pasmem, no século XIX.

No Brasil, por enquanto, a escolha é do aluno. Na Alemanha, a taxa de evasão escolar é de 10 % entre jovens de 18 a 24 anos, que não querem continuar a estudar (Fonte: Jornal EL PAÍS - Espanha).

Conclusão

A Reflexão é o ato experimental mais importante do Pensar humano. Sem o estabelecimento correto das relações entre os fatos, e sem a especulação em torno de outras relações possíveis fica IMPOSSÍVEL a pessoa dizer que sabe refletir e dar as suas opiniões.





terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Circuito condicional em Rede Neural Cerebral

Nossa ideia leiga e natural a respeito dos pensamentos em relação ao cérebro se resume a um conhecimento primário de que alguns neurônios, referentes aquilo em que se está pensando, são ativados ao mesmo tempo.

Se você pensa em uma bicicleta, vem em sua mente uma figura esboçada deste veículo. Mas isto é resultado de um resumo da sensação visual que você teve ao ver diversos modelos de bicicleta, até que seu cérebro fizesse um resumo destas imagens na forma de duas rodas ligadas por um quadro, com um guidom na frente.

Vemos que pensar em um objeto é facilmente explicável.

Mas qual seria a forma de armazenar procedimentos pelos neurônios ?

Circuito Condicional

Veja o seguinte diagrama:


Como um princípio, tenha em mente o seguinte: para fim de representação, quando apresentamos um neurônio, à medida em que o cérebro correspondente amadurece, um neurônio pode ser substituído por uma rede, pois a quantidade de parâmetros para se avaliar uma mesma situação aumenta. Quanto mais velho é o indivíduo, mais fatores ele passa a levar em conta para tomar decisões.

Neste diagrama capturamos o intervalo entre duas instruções: NA1 e NA2. Em termos de execução, é preciso haver uma regulação. se entre duas instruções não houver um regulador, vamos tender a fazer todas as etapas de um procedimento de uma vez, levando a resultados desastrosos. Um exemplo seria o de fazer um suco.

Temos que (1) pegar um copo no armário, (2) colocá-lo na mesa, (3) pegar a jarra de suco na geladeira, (4) colocar o suco no copo, (5) pegar o açucareiro no armário, (6) pegar a colher na gaveta, (7) pegar um pouco de açúcar com a colher no copo, (8) misturar o suco com açúcar.

Imagine tentar pegar a jarra de suco na geladeira, ao mesmo tempo em que se pega o açucareiro no armário. Um dos dois você vai deixar cair no chão. cada etapa precisa de uma marca, de uma condição de controle para que o cérebro saiba que a mesma foi concluída, para só depois passar para a próxima.

Em nosso diagrama, o controle de condição é feito pelo neurônio NC (Neurônio de Condição). Repetindo o que já dissemos, "quando apresentamos um neurônio, à medida em que o cérebro correspondente amadurece, um neurônio pode ser substituído por uma rede". O Neurônio de Condição pode ser uma rede com impulsos vindos da visão e/ou tato e/ou sensores de frio/calor. Vamos supor que estamos na etepa (1). Para saber se concluímos a etapa de "Pegar o copo no armário", teremos que receber uma informação visual de que nossos dedos estão ao redor do copo, e também dos sensores do tato, informando que exercemos uma pressão compatível de nossos dedos para pegar este copo.

Desta forma, o potencial elétrico Pa do neurônio NA1 que guarda a instrução de pegar o copo, ativado no início desta etapa, somado ao potencial Pb oriundo da visão e do tato dos dedos, consegue chegar e talvez ultrapassar o Potencial Pt exigido para ativar o Neurônio NA2, através do interneurôniio entre o NA1 e NA2, que coloca na mente do indivíduo a lembrança da próxima tarefa a ser feita. E desta forma, atingido o potencial Pt, o neurônio NA2 recebe o disparo para instruir o cérebro do indivíduo a executar a próxima tarefa da sequência do procedimento. Esta unidade fundamental de par de eventos prossegue desta forma, até que o procedimento esteja completo.

Segundo a literatura, uma vez ativada uma rede neural no cérebro, a ativação persiste por 15 minutos, em média (variação de 5 a 20 minutos), mesmo sem novos estímulos, até sua extinção total. No entanto, se o procedimento não for interrompido por mais de 15 minutos, o indivíduo terá o impulso de levá-lo até o fim.

Comentários

Como nossas Redes Neuronais possuem esta arquitetura, acrescentado o fato de que estamos tomando decisões a toda hora, percebemos que toda a extensão do nosso cérebro é formada por circuitos condicionais. Se um neurônio dispara se as somas dos potenciais atingirem determinado limite, é fato que não existe uma linha horizontal de circuito com encadeamento unicamente de unidades independentes. Existe um encadeamento múltiplo, onde vários impulsos concorrem para que se possa atingir a soma necessária de potenciais. Todas as nossas decisões, mesmo as mais primárias, passam por processos de soma. Todas elas se baseiam em contribuições de 2 ou mais neurônios, que podem ter disparado por contribuições de outros múltiplos neurônios, e assim por diante.

Conclusão

O "programa computacional" a que corresponde o nosso cérebro é extremamente variado e balanceado. As possibilidades de disparos neuronais são infinitas. Se acrescentarmos o fator PLASTICIDADE, o alcance é literalmente infinito. Nosso cérebro está constantemente refazendo suas redes, não só com a contribuição do conhecimento, mas também de emoções. Isto nos torna uma das maiores obras computacionais da natureza.


____________________________________________________________
Bibliografia:
www.learningsolutionsmag.com - brain-science-focuscan-you-pay-attention









segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O medo registrado na Amígdala e a dor

No post "O Cérebro e os seus componentes funcionais" tratamos, entre outros componentes do Sistema Cerebral, da Amígdala. E o que encontramos registrado nesse artigo é que "A amígdala é o órgão sentimental do Sistema Cerebral. É o processador de emoções, e fixador de memórias". A abordagem do artigo em questão se voltou para a memória.

Medo e seu registro

No início do aprendizado dos componentes cerebrais, muitas vezes pode parecer que a Amígdala é uma espécie de Amplificador de Emoções. No entanto, alguns estudos exaustivos com ratos em labirintos tradicionais, onde existe um ambiente marcado pelo dualismo Estímulo Doloroso e Recompensa, apontaram para o fato de que memórias cruciais para a sobrevivência são armazenadas na própria Amígdala.

Diante desta apresentação, chegamos quase a crer que existem mesmo memórias armazenadas na Amígdala. O que poderíamos dizer a respeito dela é que esta CONHECE o que é Medo. Mas então citamos outra evidência,  de que uma vez retirada a Amígdala de um indivíduo, este não consegue julgar se um rosto conhecido é de alguém de quem ele gosta ou não. A parte afetiva da memória não mais se manifesta.

Estas características da Amígdala mostram que ela faz um "link" (ligação) entre Tipos de Registros de Medo ou Alerta já conhecidos na memória, com as respostas corporais características, tanto que uma vez removida transforma o indivíduo em uma pessoa extremamente dócil. Portanto, ela liga os Registros de Memória às Reações Corporais constatadas no contexto.

O indivíduo não pode ter medo daquilo que não conhece ou não reconhece ou que não deduza que pode ser doloroso por todas as experiências que lhe possam ser semelhantes em contexto. Desta forma, a Amígdala sozinha não pode dar um ALERTA. Ela precisa estar ligada a um comparador de memórias, devido ao fato de termos dito "que lhe possam ser semelhantes em contexto". Por esta razão, vamos recusar a ideia de que o registro do medo está na Amígdala. A Amígdala apenas dita o quanto de emoção o contexto atual traz consigo.

Dor e seu Registro

A Dor pode ser definida como Alarme Explícito que vem do Corpo Físico. Como vimos no post citado no início deste artigo, o Tálamo é um centralizador dos vários estímulos que vem do Corpo Físico do indivíduo em estudo. Diferente da Amígdala, o Tálamo é bem mais objetivo. Ele não consulta a Memória e nem avalia contextos parecidos com o que se está vivendo no momento. Ele traz as reações físicas reais do Corpo da Pessoa.

A Dor tem uma relação com a Emoção que pode ser chamada de Impressão do Indivíduo frente à uma situação. Por exemplo, o indivíduo está andando de skate em uma avenida. De repente um veículo o atropela, esta pessoa cai e se machuca na perna, vindo esta a sangrar e a exibir um ferimento. O evento será registrado na memória desta pessoa com o contexto do local da avenida onde ele sentiu a dor do ferimento, e a emoção negativa será percebida pela Amígdala, e este registro complexo ficará registrado em sua memória, não somente para aquela avenida, devido à participação do Hipocampo.

O Hipocampo reconhecerá familiaridade com o evento do acidente ocorrido, em cruzamentos semelhantes, para o contexto desta pessoa andando de skate, e vai gerar um certo medo de que o tipo de acidente se repita, provocando o ferimento e a dor.

Conclusão

A Dor gera a produção de um registro de Memória forte, devido à Emoção envolvida, conforme já discutimos em posts anteriores. A Dor não gera uma Emoção. O Contexto, a composição do cenário, com o registro de que "FOI RUIM" é que gera a Emoção. E a Emoção reforça, devido à Amígdala, a Memória do Contexto experimentado.

E em casos extremos, a psiquê humana pode cometer erros de interpretação, misturando o Contexto com outros que o sugerem, mas que não tem as mesmas características. É o caso de uma criança que desenvolve medo de cães de brinquedo pelo fato de ter sido mordida por um cão de verdade.

_______________________________________________________
Bibliografia:
A amígdala e a tênue fronteira entre memória e emoção - Fabíola da Silva Albuquerque e Regina Helena Silva
Memórias - Ivan Izquierdo
A LIGAÇÃO ENTRE MEMÓRIA, EMOÇÃO E APRENDIZAGEM - ADÃO, Anabel do Nascimento





quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

As ligações Neuronais - Redes Neurais - Cérebro Único

Somos bombardeados constantemente por anúncios de novas descobertas envolvendo o Cérebro, mas a única conclusão ao fim dos artigos é a cansativa afirmação de que:

CADA CÉREBRO É ÚNICO

Sim, verdade, assim como cada pessoa é única.

Mas como entender fisiologicamente este atributo de ÚNICO ?

Tipos de ligações Neurais

Os Neurônios tem um corpo celular, um filamento, o Axônio, e porções terminais. Ao Corpo Celular chamamos Porção Proximal do Neurônio. Ao Axônio chamamos Porção Medial. E aos terminais finais do Axônio chamamos Porção Distal.

Para cada grau de importância da ligação entre neurônios, existe a porção apropriada. Ligações importantes do Neurônio, ou seja, às ideias que mais lhe são afetas, SEGUNDO A IMPRESSÃO DO INDIVÍDUO QUE O POSSUI, se dão na Porção Proximal do Neurônio correspondente à ideia ou conceito abordado. Ligações não tão importantes mas que tem uma associação pertinente se dão na Porção Medial do Neurônio correspondente à ideia ou conceito abordado. Já as de somenos importância, caso o indivíduo queira deixar registrado, se dão na Porção Distal do Neurônio:


Vejamos, um primeiro exemplo de ligações Neuronais em um indivíduo com conhecimento bem primário da ideia de Wifi, por exemplo:


No cérebro desta pessoa, e como insumo para emitir suas opiniões, ela tem o Wifi como algo muito fortemente ligado à ideia de celular (a ligação se dá em ambos pela Porção Proximal) e também se associa fortemente a algo que tem sua ação à distância.

Vejamos agora a visão de uma pessoa um pouco mais técnica:


Para esta pessoa, o Wifi continua fortemente ligado à ideia de celular, mas a associação com a distância não é tão relevante, daí se ligar a esta última pela Porção Distal. E como acréscimos por ter mais conhecimento técnico vemos uma ligação à Porção Medial de computador, mostrando que ela tem consciência de que o Wifi pode servir para conectar computadores à Internet. E pela sua porção Medial também reconhece a associação aos princípios das Radiofrequências.

Vejamos agora a visão de uma pessoa com conhecimento conceitual mais profundo do Wifi:


Preste a atenção nos neurônios Internet e Telefonia. A tecnologia e particularmente a Informática interpuseram entre estes dois conceitos, que não tinham uma relação muito perceptível no passado, as ideias da Internet e da Telefonia. Estas duas ideias intermediárias se ligam, nestas relações, às duas ideias originais, de maneira tão forte, que observamos a ligação pelo Corpo Celular de ambas.

Também a ideia de Celular (telefone celular) faz ligações fortes entre Telefonia e Comunicação. Dai as ligações se darem igualmente pelo Corpo Celular do neurônio. Outra evidência de que esta rede se trata da Rede Neural de um técnico é o fato dele reconhecer que o Wifi estabelece comunicação via princípios do antigo Rádio.

E como técnico que é, ele não faz a associação que os leigos (mostrados nos diagramas anteriores) tem como verdade, de que Wifi e Celular são diretamente associados. Ele percebe que o Celular é um meio de comunicação que PODE utilizar Wifi, pois seu principal princípio está no terreno da Telefonia. Talvez um dia evoluiremos para a Telefonia totalmente baseada em princípios de Internet, e não mais através de estações intermediárias a base de transferência física.

Observações Importantes

Repare as ideias de Rádio e Celular. Apesar de não se ligarem diretamente, o cérebro deste técnico vai, em um segundo ou terceiro momento, sinalizar na mente do mesmo que estas ideias estão INDIRETAMENTE RELACIONADAS. E se achar que esta associação se tornou mais óbvia, quando talvez, por exemplo, o Celular se comunicar a outros via Rádio, estes neurônios vão se rearranjar, para efetuar uma ligação DIRETA através de seus corpos celulares.

Nosso cérebro é plástico quanto às suas ligações, daí podermos mudar de opinião e nos adaptar a novas situações.

O que entenderíamos como a sensação de que entendemos o significado de Wifi seria a excitação nas ligações representadas entre os neurônios, seja quais porções eles liguem. Estas são fisicamente representadas pelos INTERNEURÔNIOS nestes diagramas.

Conclusão

A visão de mundo que uma pessoa tem molda a arquitetura das ligações entre os conceitos que aprendeu, determinado pela clareza e extensão que aprendeu a respeito dos vários contextos que vivenciou. As possibilidades são infinitas.

As redes neurais aumentam sua complexidade, à medida que o indivíduo conhece mais conceitos e os cruza de uma forma que obedece a um grau de importância baseado em fatos e não em achismos.

_______________________________________________________________
Bibliografia:
Neocortex - Neocortical Microcircuits, Javier DEFelipe e Edward G. Jones
Learning and Brain - Marilee Sprenger
In search of Memory - Erick Kaendel

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O que o Respeito à Autoridade faz no Cérebro

Desde os anos 70, o Respeito à Autoridade tem caído vertiginosamente. Nesta década começou, notadamente nos Estados Unidos, um movimento de anarquia, porém com contornos de algo organizado, com expressão aberta e coberta pela mídia, que iria atingir o mundo todo.

A rebeldia da juventude sempre foi um traço social de fundo biológico, quando o Cérebro ainda está em formação e não possui seu Centro de Planejamento suficientemente desenvolvido, para afastar as pessoas dos perigos mais explícitos.

Mas até os anos 1970, esta rebeldia era refreada através da força paterna e materna, notadamente a física. No entanto, a Psicologia começou a questionar o uso desta força, dirigindo a energia dos pais para o Diálogo.

Expressar

O Diálogo abre o terreno para os jovens imaturos se expressarem, e obterem as explicações do porquê não devem fazer determinadas coisas antes de serem satisfeitas determinadas condições. Diálogo é a colocação dos anseios, pelo lado que conhece pouco, e das cadeias de CONsequência, pelo lado que conhece mais, o lado da Autoridade.

Autoridade

A Autoridade conhece mais, e alias DEVE conhecer o suficiente para construir regras. As Regras não podem ser também estáticas, pois sobre qualquer Regra diversa existe a soberana Regra do Tempo. O Tempo passa e exige adaptação, pois os contextos mudam.

Se uma prerrogativa da Autoridade, pelo seu maior conhecimento, é a de fazer as Regras e fazer com que sejam obedecidas, também ela tem o dever de estudar continuamente a alteração do contexto que originou estas regras, para que obedeça ao soberano Princípio do Tempo que passa.

O Jovem, passageiro do Tempo

O Jovem vem empurrado pelo tempo. Alguns são tão rebeldes que parecem mais os ponteiros do Relógio do Tempo. E como ponteiros, não conseguem observar o tempo, e estão sempre embarcando no novo, sem observar para onde ele vai, e nem para que ele serve. Desta forma, ele está sempre imaginando que em outro lugar, ou agindo em antagonismo puro e simples aos pais, ele vai ser mais feliz.

E como se fosse um passageiro do tempo, o jovem também imagina que vai viver pouco, pois a extensão de seus poucos anos de vida não lhe dá elementos conjunturais para ter a noção de que estes anos que já viveu podem se projetar em muitos outros Então ele precisa viver com intensidade cada dia.

E o que pode dar a este jovem a noção de que o Tempo pode ser durável ? Freios psíquicos. Se um veículo diminui a velocidade, o caminho é percorrido em um tempo maior. E de que se constitui estes freios psíquicos ? De ordens e regras. E quem dá estas ordens e estipula as regras ? Uma Autoridade. E quem são as primeiras autoridades na vida do jovem ? Os seus pais.

Uma história de "NÃO PODE"

Vamos desenhar aqui, por meio de uma narrativa, uma situação que mostra o papel da autoridade, que dá os fundamentos fisiológicos da autoridade no cérebro e que demonstra o efeito saudável do NÃO.

Esta é o caso simples de um menino que ganha uma Pipa, no fim da tarde, de um tio. Como menino, ele pensa de forma precipitada. A pipa serve para ser empinada. Com ela na mão, o menino já vai saindo pela porta a fora, para fazer aquilo para o qual essa lhe serve: empinar a pipa no vento.

Mas no caminho ele é interceptado pela mãe. Esta lhe explica que já está ficando escuro, e ele não vai ver a pipa direito no céu, e esta é capaz de se perder engastada em alguma copa de árvore, em algum alto de prédio, pois a pouca luz não permite um controle satisfatório do caminho para onde ela vai, levada pelo vento.Esta é a primeira barreira entre a pipa dada e o divertimento que ela proporciona. Conformado, ele entra em casa, e para onde vai sua amiga pipa o acompanha.

Em estado de enlevo, o menino dorme abraçado com sua paixão do momento.

Nasce o novo dia, e o garoto já corre pela casa, para ir empinar a sua pipa. Novamente, a mãe o intercepta com uma nova REGRA. Ele não pode sair sem tomar café. O ansioso garoto coloca a pipa na cadeira do lado, no seu lugar à mesa, e come um pouco de pão e suco. Mal limpa os cantos da boca com o braço e já levanta com a pipa em direção da rua. Novamente a mãe o intercepta.

"Que foi mãe ?"

A mãe explica que descalço e de pijama ele não pode ir para a rua. A contragosto ele larga a pipa, coloca o chinelo, tira o pijama e põe sua roupa de guerra. Um pouco ressabiado, ele prefere perguntar do que passar mais uma vergonha:

"Agora posso ir ?"

E a mãe:

"Só depois de escovar os dentes".

 E lá vai o menino para o banheiro, muito chateado. Acabada mais esta ETAPA, ele pega rapidamente a pipa e sai correndo, antes que tenha que fazer mais alguma tarefa, para merecer o prazer que lhe espera lá fora.

Efeitos Educacionais

Percebam, através do diagrama, a multiplicidade de Princípios de Preservação Individual. Nas ordens da mãe estão Princípios de Higiene, Proteção Física do Corpo e Manutenção deste, através da Alimentação antes do dispêndio da Energia. A mãe não educa o menino colocando-o sentado à sua frente, e ministrando estes princípios como uma disciplina formal. Ela faz "Educação de Campo", ou seja, educa nas situações limite, isto é, na iminência de algum dano sobrevir ao seu filho.

Pré-conclusões

O que podemos tirar deste quase suplício, uma verdadeira corrida de obstáculos psíquicos até que o menino chegue ao seu propósito ?

Algumas palavras foram enfatizadas nesta narrativa. A primeira foi REGRA. A Regra não é simplesmente um capricho. A Regra é uma expressão de CONsequência. No momento em que ganhou a pipa, houve uma Regra Temporal. Ao fim da tarde, quando já está escurecendo, temos uma condição limitante para quem pretende empinar uma pipa. Qual a graça de não ver direito a pipa alçando seu vôo ? Como direcionar corretamente este objeto, sem conseguir vê-lo direito, pelo fato da pouca luz não favorece o seu controle ?

E quando esta palavra (REGRA) aparece, passamos por algo que quase passa despercebido: a ESPERA. Não falamos de Tempo ? O garoto teve que esperar a noite inteira, talvez sonhando com o ato a ser perpetrado, para satisfazer a sua vontade iminente. Então podemos passar para a segunda regra..

Em nome da saúde, o garoto deve se alimentar. Temos mais uma relação de CONsequência. Se não estiver alimentado, o menino corre o risco de ficar só um pouco na sua brincadeira, parea voltar devido a uma fome intensa. Não se deve fazer atividades sem se alimentar, após passar horas de sono, de estômago vazio.

Depois vem duas novas CONsequências. Sem roupa adequada e sem estar devidamente calçado, nem uma brincadeira pode ser adequada. O pijama vai ser novamente utilizado à noite, e sujo não seria nada agradável. E descalço um menino, de natureza desvairada e hedonista, pode pisar numa pedra, num caco de vidro, num fio elétrico desencapado e dai dar o maior trabalho aos seus pais.

As autoridades, no caso os pais, estabelecem Regras para evitar os males e proporcionar o aproveitamento máximo do tempo, mesmo parecendo que este tempo vai ser desperdiçado. Para o menino, as Regras são como barreiras, e veremos que, biologicamente, ocorre quase isto.

Efeito fisiológico

Quando dissemos que "as Regras são como barreiras", nos expressamos metaforicamente, mas profundamente apoiados em algo já evidenciado no estudo da formação de Redes Neurais. Se pela vontade do garoto, havia uma curta distância entre a Pipa e a Rua (local do divertimento e dos ventos que empinam o artefato de papel). Com as Regras e princípios fornecidos e explicados pela mãe, este curto caminho para a realização do desejo infantil se transformou num percurso mais elaborado, onde cada Regra é estabelecida biologicamente como uma pequena Rede de Neurônios, responsável pelo balanceamento de cada fator, antes que o objetivo pudesse ser alcançado.

E, realmente, o papel da educação pelas Regras é colocar novos pontos de checagem e etapas em nossos comportamentos, para minimizar as possibilidades de erros. Quanto mais o indivíduo planeja e avalia suas atitudes, mais capaz de viver socialmente ele se torna.

Em nossa fisiologia, a educação tem o papel de ser a construtora de Redes Neuronais cada vez mais complexas, minimizando o risco de nos tornarmos voluntariosos, inconsequentes, precipitados e finalmente fracassados.

Em um adulto, a síndrome do menino com a pipa se compararia a alguém que começa um negócio sem ter o dinheiro necessário e sem fazer um planejamento.

Conclusão

Concluímos facilmente que a educação e a noção de CONsequência só podem ser fornecidos por terceiros, que tenham um maior conhecimento que a pessoa que está sendo educada, que conheçam as diversas Regras que envolvem as diversas situações comuns da vida. À esta pessoa, que tem estas características, damos o nome de AUTORIDADE.