sexta-feira, 23 de março de 2012

TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo

Para começarmos de forma prática ...

Alguns exemplos de TOC:


  • Conferir se a porta de casa está trancada mais de uma vez;
  • Limpar o chão várias vezes, achando que nunca está limpo;
  • Lavar as mãos várias vezes, achando que nunca estão limpas;
  • Conferir se as torneiras do gás estão desligadas;
  • Contar os carros que passam na rua antes de dormir (acredite, isto existe);
  • Só dormir após repassar tudo o que fez no dia;
  • Conferir se as portas do carro estão fechadas ao estacioná-lo;
  • Comer sem necessidade, mas por puro prazer;
  • Adorar cantores ou artistas, querendo ser eles;
  • Olhar as pessoas de alto a baixo para ver como estão vestidas ao passar por elas.


Tudo isto é um efeito colateral produzido no cérebro pela observação, pelo cuidado, pela ansiedade, pela angústia e pelo medo.

Ao longo da vida, somos educados em meio aos ritos do cotidiano, em um esforço hercúleo para produzir em nós um caráter reto, em gerar em nós a consciência própria e um estado sutil de atenção e vigilância. Se o indivíduo exagerar na absorção destes ritos, ou ficar criando defesas para seu próprio ego, surgem os distúrbios e transtornos. E na ânsia de se defender ou até de se esconder, pode desenvolver a obsessão e a compulsão.

A obsessão sem uma realização objetiva, ou seja, seu objetivo nunca é atingido, pois se ocupa mais de sua auto-defesa como indivíduo, produz um hábito diário de "nunca realização", e da repetição. O comportamento repetitivo que se instala em caráter obsessivo leva o indivíduo para o "buraco", ou seja para as raias da compulsão. Instalada a compulsão, a obsessão fica até para trás, pois a pessoa achou um hábito de vida que vale mais que uma personalidade.

A comida em excesso, o cigarro e a bebida se transformam em vícios quando a compulsão se instala. Já a droga começa pela obsessão pela busca do prazer e se transforma em vício por alterar a estrutura dos receptores neuronais. É mais biológica do que psicológica.

Conclusão

As obsessões e compulsões se instalam quando o repositório de rituais realmente oriundos da formação e manutenção da personalidade é pobre, e o indivíduo precisa procurar rituais só pela sua natureza de ritual de "passa tempo" e não de formação da personalidade. Daí surge o transtorno. Portanto, personalidades mal formadas serão propensas a estes transtornos.

O exemplo de adoração aos artistas é o mais elucidativo. A pessoa precisa de uma personalidade acessória para sentir-se apoiada.


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