sábado, 12 de julho de 2014

A negação como autodefesa

Sabe-se que, quando o sofrimento provocado pela dor ou pela realidade, é demasiado grande, o corpo humano sofre de uma síndrome chamada DESMAIO.

Pessoas que recebem uma notícia muito triste, como a morte de um parente muito próximo são levadas ao desmaio. Por que isto acontece ? Em termos grosseiros, o cérebro desliga a consciência pois, naquele momento, não está preparado para lidar com aquela nova realidade.

A Negação

A Negação pode ser o primeiro passo para a OPOSIÇÃO (instinto humano para tentar se afirmar). No entanto, quando a Negação está associada a uma forte cara emocional produzida pela SURPRESA, ela pode ser classificada verdadeiramente como NEGAÇÃO EMOCIONAL, com características legítimas de Resistência Emocional e Garantia de Sobrevivência.

Quando a pessoa não está esperando fatos previsíveis em um contexto, ela pode ser preenchida por hormônios do stress em quantidade superior aquela que seu corpo pode metabolizar. Por exemplo, na rua você espera que os carros passem na pista destinada a eles (o asfalto). Se um carro subir na calçada e vier em sua direção, seus instinto de sobrevivência é maior que a falência dos seus sentidos. Eles se manterão vivos para que você possa fugir. Mas se você vir um viaduto caindo sobre várias pessoas e as esmagando, como não é você que precisa sobreviver, talvez você possa desmaiar, pois não está acostumado a lidar com uma realidade desta monta. Por isso é que existe o treinamento. Socorristas, bombeiros, soldados, médicose enfermeiros são treinados antes para lidar com realidades extremas.

O exemplo do futebol

Suponhamos o caso desta fatídica e inusitada derrota do Brasil para aAlemanha por 7 x 1, nesta Copa do Mundo de futebol de 2014. Pessoas choraram depois do 2 x 0, e outras depois do 5 x 0. É o segundo grau de surpresa (o primeiro é o espanto e o xingamento). Finda a partida, se você dissesse a alguém que o resultado fora combinado, este lhe negaria imediatamente. Por que ?

Para as pessoas, o que ocorre, em sua interação com o mundo é:

A REALIDADE VISUAL É A VERDADE

No entanto, as pessoas, ao contrário dos animais, aprenderam a mentir, a simular e a esconder.

Diante daquela realidade apresentada aos olhos pela partida de futebol, o torcedor sem crítica e que vive a base do ditado que colocamos acima, arranja desculpas como:


  • Realmente o Brasil jogou mal;
  • O time da Alemanha foi perfeito;


ou outras desculpas fornecidas pelos comentários dos narradores e cronistas esportivos.

Ora, pensando desta forma, a pessoa terá que crer na realidade quando o mágico fizer um elefante desaparecer na sua frente. Ai diremos: "mas você  foi avisado que era uma mágica". E no caso de uma partida de futebol ?

Pessoas que acreditam que a Realidade visual é a Verdade costumam seer vítimas de golpitas baratos, de políticos, de jornalistas de TV manipuladores e de ditadores. Mas elas apenas estão tentando sobreviver, sem utilizar uma crítica bem apurada, que só vem com a experiência.






7 comentários:

  1. cara, eu fico muito irritado com essas pessoas que falam "o brasil jogou mal" "a alemanha jogou bem"

    5 gols em meia hora?
    Por pior que esteja o time, a reação depois do primeiro gol deveria ser aquela de dar o melhor de si, coisa que ta na cara que não houve, os jogadores estavam todos apáticos, não se via nenhum brilho nos olhos de nenhum jogador, aquela faísca acesa de que servem de nitro para uma motivação, Se eles tivessem jogado com garra, perdido com honra, eu nem teria duvida de que eles realmente tentaram. Que nem a Argelia, fez o melhor dela, nitidamente dava pra sentir.

    aí vem um imbecil falando que é porque a defesa da argélia é melhor...
    que seja, se jogasse que nem o brasil jogou, nem a melhor defesa de toda historia da humanidade seguraria.

    nem o bosta do julio cesar tava fazendo defesa que nem ele fez nos jogos anteriores,.. ele espalmava uma vez, e fquando a bola era chutada de volta pro gol e ele tava no chão, ele só esticava a maozinha pra falar que tentou.

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    1. p.a., o caso aqui não é discutir a psicologia dos jogadores e nem quem foi melhor.
      Trata-se de crer ou não crer em uma realidade que parece coerente à primeira vista, sem o ser. O futebol foi só um exemplo, utilizado devido à discussão que está em:

      http://caosurbanobh.blogspot.com/2014/07/a-derrota-do-brasil-para-alemanha-na.html

      Mas se quer se arvorar o direito de comentar como psicólogo, eu lhe digo, e Freud confirma:

      A reação do homem, e do jogador em particular, a um gol logo no início do jogo não é só a de procurar o empate. Pode também ser uma desordem no sistema psiconeuromotor como a de um trauma após um assalto.

      Você mesmo, sem estar sofrendo ameaça, sem estar no campo, naquela situação, já se descontrolou totalmente, já pensou eles !!!!

      Pense em qual seria a sua reação e responda.

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  2. Penso que isso é incoerência, Bernardo, pois se você afirma que a realidade visual é falsa, tem que manter sua afirmação, ou seja, não houve desordem psiconeuromotor por parte dos jogadores. Mas uma coisa: A Argentina está está sem título faz 28 anos, perdeu o de 90 com um penalty duvidoso e ainda mais; passa por uma crise econômica gigante comparada com o desemprego da Alemanha, a maior economia da Europa.

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    1. Prezado André, ocorreu foi justamente isto: uma Realidade fabricada. Aos nossos olhos o time brasileiro SIMULOU algo que foi tomado como verdade. No jogo com a Holanda, Júlio César até caiu para tras igual um menino, como se fosse um goleiro de várzea. Você reparou ?

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  3. uma seleção apatica


    Só pra começar, eles sabiam da responsabilidade que eles têm só por jogar na seleção brasileira,
    *trauma após assalto não é uma analogia aplicável nesse caso simplesmente porque é um fator surpresa completamente fora do contexto da atividade da(s) pessoa(s) em dada ocasião.
    No caso de levar um gol, o tempo todo é algo considerado pois é naquilo que estão focando, trabalhando... estão atentos o tempo todo desse perigo, então não é um trauma, são
    ossos do ofício...*

    O público pagou super caro pra assistir, entao têm todo direito de julgar, mas isso faz parte de qualquer jogo de futebol.

    nunca na historia do futebol se viu cinco gols em meia hora.
    NAO ERA NEM A FINAL AINDA, para "ficar tão nervoso"

    Já no intervalo do primeiro tempo, alguém representando o time veio avisar pra imprensa que não iam poder
    dar muita entrevista.

    Viramos motivo de escárnio internacional, e nenhuma reação visivel, a mesma apatia permanecia desde o começo do jogo até o fim.

    A Argentina com cem mil pagantes dominando o estádio, e nem por isso perderam de lavada. muito pelo contrario...

    durante o final de semana antes do jogo, até terça-feira, o time todo estava em lazer, ao invés de treinar...
    ficaram apenas relaxando no resort, conforme mostram as fotos. TRES DIAS INTEIROS sem treinar, até chegar o dia do jogo...

    Compare com o desempenho nos jogos anteriores, o contraste é nítido. (mesmo não jogando tão bem, dava pra ver que o esforço estava sendo feito)
    Posso mostrar a comparação das defesas empolgadas do Julio Cesar nos jogos anteriores e nesse da Alemanha.

    O time inteiro fica jogando duma maneira mediocre, não marcando absolutamente nenhum atacante do outro time, na área.
    o povo gritando seu nome, incentivando, até quanto estava quatro a zero, ainda gritava alto, incentivando, eles falavam "eu acredito"


    Um time que perde fica irritado e/ou com mais garra ainda de fazer seu máximo.
    Não dava pra ver expressão de tristeza legitima no rosto de nenhum, estava mais para um: "paciência, a gente tentou"

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  4. ah, eu me peguei tão envolvido em discutir sobre o futebol brasileiro daquele dia, que nao tinha me ligado de que era apenas um exemplo escolhido para exemplificar o assunto principal.

    desculpe. só caiu a minha ficha agora... hehe
    mas quanto ao futebol per se, é isso aí. foi artificial

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  5. A capacidade de abstração da Era do Rádio, em que não havia as imagens e o ouvinte tinha que compor o cenário e personagens, enfraqueceu aos níveis de programas de auditório.

    O protagopnista, o herói de hoje é o homem comum. Só que o homem comum é uma média de todos. E muitas vezes fica abaixo da crítica, ou seja, não tem nada a acrescentar. E ao não acrescentar ele até depaupera o que já havia sido conquistado.

    Daí usa o recurso mais comum, dizendo: "Isto não existe", "isto não aconteceu", "é mito", "foi inventado".

    Tem gente, muita, negando que o homem foi à Lua. Daqui a pouco vão dizer que os satélites artificiais são uma invenção.

    Nós chegamos a um nível de cultura e conhecimento muito, muito baixo. Olhem quem está governando o Brasil.

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