Um dos terrenos que exploram é o o do autoconhecimento, cujos numerosos caminhos, como dizem, podem levar o indivíduo à sua própria essência.
O que é Reflexão segundo John Dewey
John Dewey, como citamos no post anterior, foi um filósofo americano, cuja obra mais importante "How We Think" (como pensamos) explora extensa e profundamente a natureza do pensamento, meios para se pensar corretamente e para evitar conclusões erradas.Segundo está registrado nesta obra,
"Reflexão não envolve simplesmente uma SEQUÊNCIA de ideias, mas uma CONSEQUÊNCIA das mesmas"
Esta CONsequência (olhando além do significado comum Causa/Consequência) é uma ORDENAÇÃO consecutiva, de forma que cada Termo/Entidade/Fato constituinte determina o próximo pela própria lógica intrínseca apresentada e aparente no Contexto que está sendo examinado, e justifica, ao mesmo tempo o seu Predecessor na mesma lógica.
Cada fase desta CONsequência é um Passo coerente que anda de UMA coisa para a OUTRA, ou tecnicamente um TERMO DO PENSAMENTO. Cada Termo deixa uma evidência Clara ou Implícita do próximo.
O melhor exemplo são os episódios típicos dos acidentes que ocorrem no trânsito.
Acidentes e Cadeias de CONsequência
Os acidentes de trânsito tem como espaço de ocorrência as Ruas e Estradas. O próprio contexto já prenuncia os acidentes. O cerne da ideia de Acidente está em dois tipos de ocorrência:Condução indevida - O motorista desrespeita os princípios do desgaste das peças ou as Regras de Condução;
Dano próprio - Um dano interno provoca o descontrole do veículo;
Choque - Um veículo se encontra com o outro em um ponto, descarregando a energia cinética de ambos;
Quando as peças se desgastam ou se rompem, por defeitos de fabricação, pelo tempo ou intensidade de uso, temos os Danos próprios. Quando as vias se cruzam, temos um local propício para encontros, e portanto podem ocorrer os Choques. Quando a conveniência do indivíduo se sobrepõe às regras coletivas, ele vai caminhar na direção da desobediência das Regras de Condução.
Para produzir uma constante lembrança de que existem Regras, e de que podem haver Choques, tanto as ruas quanto as estradas tem Placas de Sinalização. Portanto, a todo momento o Condutor está sendo bombardeado com uma mensagem subliminar e contínua:
EXISTE LEI. EXISTE LEI. EXISTE LEI. ...
Seu cérebro é colocado em uma linha rítmica, onde cada Placa de Sinalização é um Toque monótono periódico que estabelece uma "música" de segurança.
Placas e CONsequência
Se uma Placa sinalizadora avisa "curva fechada à direita", tal curva aparece à frente. Se anuncia "declive acentuado", o mesmo aparece em seguida. Já a placa de animais na pista pode ou não oferecer o aparecimento dos mesmos, mas internamente o Cérebro diz:"Não apareceu, mas poderia ter aparecido"
Aqui a CONsequência existe na forma de uma Probabilidade, de uma Possibilidade, e a cadeia de CONsequência não é rompida. Isto é bem diferente das Sequências rígidas e bitoladas do ensino comum e não flexível.Uma mente imatura poderia ter o seguinte julgamento:
"Se a placa avisou, mas não aconteceu, as placas não são confiáveis"
Portanto, CONsequência no sentido que queremos capturar para nossa ideia de Reflexão é mais do que
AQUILO QUE ACONTECE
ela é melhor expressa por
AQUILO QUE PODE ACONTECER
E num sentido Técnico:
AQUILO QUE POSSUI UMA PROBABILIDADE, PEQUENA OU ELEVADA, DE OCORRER
A Reflexão do homem comum
O Homem comum, sem disciplina de raciocínio, se baseia muito no que vem ocorrendo, no SEMPRE FOI ASSIM. Por exemplo, passam oito anos de seca. O homem desta espécie diz para si mesmo (reflete):"Não vai mais chover"
Já o homem de mente disciplinada nos corretos ditames da Reflexão diz:
"Não tem chovido, mas há uma possibilidade de chover, mesmo assim. A probabilidade tem diminuído, mas mesmo assim ela existe"
Na antiguidade, muitos erros foram cometidos por esta falta de uma visão de que havia a possibilidade daquilo que tinha pouca probabilidade de acontecer vir a se tornar realidade. Usando a lógica dos antigos, que não admitiam possibilidades fora dos dogmas e daquilo que se podia ver, jamais conseguiríamos cogitar a existência dos neutrinos, dos bósons e de outras partículas constituintes da matéria.
Se nossos instrumentos de detecção e medida, óticos ou magnéticos, dizem NÃO para a existência de ALGO necessário para tornar verdade nossas equações ou teorias, ainda devemos crer que este ALGO pode existir. O que ocorre, nesta situação é a inadequabilidade das ferramentas de que dispomos no momento.
Boa analogia com o trânsito
ResponderExcluirEntão você lê um texto desse, sobre Reflexão e pensa no monte de balela que os pseudo filósofos que andam surgindo, misturando Programação Neurolinguística (uma picaretagem, alias), filosofia barata e auto-ajuda.
ResponderExcluirQue diferença. Escrito de um jeito formal, fazendo sentido. Dá para aproveitar. Que diferença.
Gente, larga o Karnal e o Cortella, porque eles só pensam em autopromoção. Peguem bons livros para ler. Leiam os filósofos. Parem de dar ouvidos prá essa gente que a Globo promove, porque eles falam só o que você quer ouvir.
Você tem que ler e ouvir coisas que toquem naquelas áreas da sua vida em que vocês estão indo mal, prá melhorar. Desconfiem e se afastem dos aduladores de Youtube, Globo e outros.