Estudávamos digestão, e nos deparamos com um vídeo em três partes no site Youtube. Vídeo excelente, ele explica as fases da digestão com a autoridade de quem está na era da Internet. A parte que nos interessa trata da primeira fase, a de mastigação (na boca é claro), quando a enzima Ptialina "ataca" os alimentos que possuem glicose em sua cadeia química.
Perguntamos então: por que o tratamento da glicose em primeiro lugar ?
Qualquer alimento com amido (que é uma cadeia carbônica com glicose em sua constituição) mastigado durante 3 minutos já libera um gosto doce na boca. Somos obrigados a crer que se o açúcar é priorizado, é porque tem alta importância. O cérebro considera importante liberá-lo logo. E sabem por quê ? Porque se o corpo, estrutura mantenedora e transportadora do regente dele mesmo, estiver com sua sobrevivência ameaçada, ele quer garantir a existência do seu controlador: o cérebro.
Se você estiver se sentindo fraco, a beira de um desmaio, basta chupar uma bala, ou mastigar um pedaço de chocolate, ou barra de cereal.
O cérebro e o corpo priorizam o açúcar, pois ele é fonte direta de glicose.
Exploração dos mecanismos físicos (fisiologia) e evidenciais (linguagem)
para compreensão do funcionamento do Cérebro.
Blog da Rede Blogazine
Conteúdos com Pesquisa e Revisão
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Conversando e montando um quebra-cabeças
No post anterior falamos sobre os fragmentos que o cérebro vai unindo, colando para compor as idéias. Existe outro modus operandi do cérebro em relação a este aspecto. À medida em que alguém que está conversando conosco vai falando, o cérebro se antecipa um pouco, tentando completar (adivinhar) a idéia que o nosso interlocutor está tentando nos transmitir. Nosso cérebro pode fazer isto numa medida proporcional à sua maturidade.
Um exemplo:
Alguém está nos contando que outra pessoa (um terceiro) estava no telhado colocando uma antena de TV. Ora, antes de concluir a narração, nosso cérebro já antecipa certas coisas, como: a pessoa caiu, um raio a atingiu, etc. Mas a pessoa pode contar que quem estava colocando a antena simplesmente achou um pássaro morto no telhado.
Isto ocorre porque durante a conversa o cérebro acessa suas redes neurais relacionadas a acidentes com pessoas em lugares propensos a riscos.
Um exemplo:
Alguém está nos contando que outra pessoa (um terceiro) estava no telhado colocando uma antena de TV. Ora, antes de concluir a narração, nosso cérebro já antecipa certas coisas, como: a pessoa caiu, um raio a atingiu, etc. Mas a pessoa pode contar que quem estava colocando a antena simplesmente achou um pássaro morto no telhado.
Isto ocorre porque durante a conversa o cérebro acessa suas redes neurais relacionadas a acidentes com pessoas em lugares propensos a riscos.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Fragmentos de linguagem
A visão do cérebro como um montador de fragmentos coaduna com o nosso prazer de recompor as figuras dos quebra-cabeças, de resolver enigmas, de procurar fazer a classificação de tudo o que vemos a nossa volta. Não existe um "continum" na nossa linguagem, e sim estruturas léxicas que unem fragmentos de idéias através de preposições, pronomes relativos (que, qual, cujo) e outros vocábulos de ligação. Estes acabam sendo ignorados pela nossa memória de curta duração, que só guarda o necessário, e as vezes nem isso.
Se nos dizem:
"O presidente Lula afirmou que sai satisfeito com o seu duplo governo, e que a satisfação se completa ao deixar a sua companheira Dilma como praticamente uma substituta capaz ",
o que fica ecoando em nossa mente após esta frase ser dita, após algum tempo é:
Lula está satisfeito, com o governo que fez, e com Dilma em seu lugar.
A mente não fez realmente um resumo como muitos poderiam dizer apressadamente. Ela se submeteu aos fragmentos mais importantes: Lula, satisfeito, governo e Dilma. O que se poderia denominar resumo são as palavras chave de maior expressão, para o contexto de maturidade de quem ouviu. Uma criança, que conheça o polvo e a lula de algum trabalho escolar, mas que não saiba que Lula é um apelido de alguém, talvez suponha que uma forma de peixe ficou satisfeita , mas não saberia bem o porquê, e até esquecesse o nome Dilma, muito menos conhecida do que Lula.
Se nos dizem:
"O presidente Lula afirmou que sai satisfeito com o seu duplo governo, e que a satisfação se completa ao deixar a sua companheira Dilma como praticamente uma substituta capaz ",
o que fica ecoando em nossa mente após esta frase ser dita, após algum tempo é:
Lula está satisfeito, com o governo que fez, e com Dilma em seu lugar.
A mente não fez realmente um resumo como muitos poderiam dizer apressadamente. Ela se submeteu aos fragmentos mais importantes: Lula, satisfeito, governo e Dilma. O que se poderia denominar resumo são as palavras chave de maior expressão, para o contexto de maturidade de quem ouviu. Uma criança, que conheça o polvo e a lula de algum trabalho escolar, mas que não saiba que Lula é um apelido de alguém, talvez suponha que uma forma de peixe ficou satisfeita , mas não saberia bem o porquê, e até esquecesse o nome Dilma, muito menos conhecida do que Lula.
O cérebro é um montador de fragmentos
Estamos tão acostumados com as frases que aprendemos dos pais e professores, que achamos que elas contêm realmente uma estrutura ordenada apropriada para entendimento. Isto é uma utopia. Consideremos a diversidade de línguas e dialetos correntes em nosso mundo. Se houvesse uma linguagem apropriada, com esta característica de estrutura ordenada, perfeitamente inteligível pelo cérebro, teríamos uma só língua (como antes da torre de Babel).
Vamos mais longe, então, postulando que o cérebro é capaz de entender qualquer linguagem que se conceba. E sabem por que ? Porque o cérebro liga, relaciona os fragmentos que pronunciamos em nossos diálogos ou lemos em textos, fazendo experimentos de relações que aprendemos ao longo da vida, e, ao final dos experimentos, estabelece um sentido no qual vai acreditar (isto porque "cada cérebro uma sentença").
Um exemplo:
O gato comeu o rato.
Nosso cérebro recebe as duas entidades: gato e rato. Antes de processar a ação de comeu, ele já imagina (devido à nossa cultura adquirida) o gato correndo atrás do rato e talvez, ao alcançá-lo, comendo o rato. Quando a ação (última a ser percebida, pois é mais abstrata do que entidades muito conhecidas por nós) comeu é processada em nossa mente, aceitamos a idéia, e o enunciado é repetido no cérebro.
É assim que o cérebro trabalha. Ele primeiro captura e depois liga fragmentos. Não existe a linguagem (sintaxe) ideal para o cérebro. Qualquer uma serve, contanto que tenha regras previsíveis e que façam sentido para o cérebro.
Vamos mais longe, então, postulando que o cérebro é capaz de entender qualquer linguagem que se conceba. E sabem por que ? Porque o cérebro liga, relaciona os fragmentos que pronunciamos em nossos diálogos ou lemos em textos, fazendo experimentos de relações que aprendemos ao longo da vida, e, ao final dos experimentos, estabelece um sentido no qual vai acreditar (isto porque "cada cérebro uma sentença").
Um exemplo:
O gato comeu o rato.
Nosso cérebro recebe as duas entidades: gato e rato. Antes de processar a ação de comeu, ele já imagina (devido à nossa cultura adquirida) o gato correndo atrás do rato e talvez, ao alcançá-lo, comendo o rato. Quando a ação (última a ser percebida, pois é mais abstrata do que entidades muito conhecidas por nós) comeu é processada em nossa mente, aceitamos a idéia, e o enunciado é repetido no cérebro.
É assim que o cérebro trabalha. Ele primeiro captura e depois liga fragmentos. Não existe a linguagem (sintaxe) ideal para o cérebro. Qualquer uma serve, contanto que tenha regras previsíveis e que façam sentido para o cérebro.
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