quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O cérebro é um montador de fragmentos

Estamos tão acostumados com as frases que aprendemos dos pais e professores, que achamos que elas contêm realmente uma estrutura ordenada apropriada para entendimento. Isto é uma utopia. Consideremos a diversidade de línguas e dialetos correntes em nosso mundo. Se houvesse uma linguagem apropriada, com esta característica de estrutura ordenada, perfeitamente inteligível pelo cérebro, teríamos uma só língua (como antes da torre de Babel).

Vamos mais longe, então, postulando que o cérebro é capaz de entender qualquer linguagem que se conceba. E sabem por que ? Porque o cérebro liga, relaciona os fragmentos que pronunciamos em nossos diálogos ou lemos em textos, fazendo experimentos de relações que aprendemos ao longo da vida, e, ao final dos experimentos, estabelece um sentido no qual vai acreditar (isto porque "cada cérebro uma sentença").

Um exemplo:

O gato comeu o rato.

Nosso cérebro recebe as duas entidades: gato e rato. Antes de processar a ação de comeu, ele já imagina (devido à nossa cultura adquirida) o gato correndo atrás do rato e talvez, ao alcançá-lo, comendo o rato. Quando a ação (última a ser percebida, pois é mais abstrata do que entidades muito conhecidas por nós) comeu é processada em nossa mente, aceitamos a idéia, e o enunciado é repetido no cérebro.

É assim que o cérebro trabalha. Ele primeiro captura e depois liga fragmentos. Não existe a linguagem (sintaxe) ideal para o cérebro. Qualquer uma serve, contanto que tenha regras previsíveis e que façam sentido para o cérebro.

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