sábado, 17 de novembro de 2012

Ensino e Diálogo - Se você já sabe, para que está perguntando

Neste post vamos falar sobre a relação mestre discípulo e da transmissão de conhecimento, além do objetivo de se questionar as coisas.

O questionamento é um impulso necessário e natural do ser humano, destinado a suscitar na mente da pessoa, ainda não totalmente instruída em um assunto, o trinômio análise/comparação/síntese.

Dois conversando

Bastam duas pessoas conversando sobre algo de um gênero não narrativo, como uma ideia, para se estabelecer o duplo trinômio. Quando estamos pensando, precisamos buscar as várias situações ("cases") que conhecemos, para fazermos comparações. No entanto, não existe a operação negação, que cria "espelhos" de nossos pensamentos. Em outras palavras, os reflexos contrários de nossos pensamentos são importantes para acharmos contraprovas, provas por absurdo e para aumentar a exploração do contextos que está sendo analisado.

Para se informar sobre estas operações mentais, leia:


Análise, Síntese e Comparação

Bases para Comparação

Comparação

Quando existe o diálogo, as análises e sínteses começam a se dar a razão de 4 para 1 em relação a uma ideia colocada.

O ensino

Quando o ensino é corretamente ministrado, coloca-se uma ideia nova, ou uma ideia já conhecida com novas abordagens em discussão. Sim, ensinar corretamente é colocar uma ideia em discussão, pois até neófitos podem apresentar uma nova síntese ou uma nova análise sobre o que está sendo exposto.

Pois bem. Enquanto a ideia é introduzida, faz-se uma apresentação da mesma na forma de uma síntese (uma definição ou um conceito).

Por exemplo, vamos introduzir uma nova ideia HIPOTÉTICA, a que daremos o nome de LUPANOV. LUPANOV foi descoberto em laboratórios de parapsicologia, e é um fenômeno que ocorre quando um ser humano atinge determinado estado mental que possibilita penetrar com sua mão em uma parede, por exemplo.

Como é um fenômeno novo, desconhecido dos alunos, eles permanecem calados, sem propor nada, a princípio. Então o mestre propõe:

" Vamos supor que a explicação do fenômeno é magnética, o que vocês tem a dizer ?"

Os alunos são estimulados a buscar em sua mente respostas e ideias correlatas. A diferença para o que se pode estar pensando é que aqui não há construtivismo. O mestre fez uma suposição. No construtivismo a condução é livre e pode se direcionar para o caos.

Então, em nosso exemplo, um aluno pode propor que os campos magnéticos da mão e da parede interagem  e então o fenômeno é produzido. Então o professor pode lhe pedir para desenhar o modelo de magnetismo, com as cargas para explicar o fenômeno. Este é o verdadeiro ensino, a investigação:

Faz-se uma suposição, sem saber se é a verdade, e sobre ela constrói-se um modelo.

E se o mestre parte da suposição e pede que sejam propostos modelos, ele não está "empurrando" verdades sobre seus alunos, ele está ativando a interação entre ele, seus discípulos e os discípulos entre si.

O modelo é uma representação da análise, e as conclusões em forma de conceitos são as sínteses.

As perguntas

Ao ser feito um questionamento, e a pessoa aceitá-lo como uma proposta de resolução estimulante, o cérebro entra em processo de Neurogênese. As associações estimuladas a se formarem, demandando neurônios para os conceitos intermediários, provocam a formação de novos neurônios e fortalecimento dos já existentes. O processo então se auto-alimenta.

Em outras palavras, a pergunta desencadeia um processo de PROCURA, BUSCA ("search") no "banco de dados de ideias e conceitos" da pessoa questionada. Ela entra em um processo de tensão incipiente, que alimenta as regiões estimuladas. Neurônios de apoio (os mais próximos do conceito em questão) começam a "tatear" por neurônios que representam conceitos próximos, e se houver uma relação lógica entre eles NO CONTEXTO da discussão, eles formam uma ligação. E podem ser achados vários conceitos e portanto estabelecidas várias ligações.

Se houver uma conclusão nova, que não esteja nestes conceitos (a eles está relacionada, no entanto), um novo neurônio representativo do conceito que esta conclusão estabeleceu se forma. E este, totalmente novo, vai migrar para a memória de longa-duração, no próximo sono do indivíduo. (Veja o vídeo).



Conclusão

O mestre pergunta, propõe, mas seus saber, da forma colocada, não é algo estático e pronto, é algo que vai ser absorvido após uma modelagem pelos alunos. Ou seja, o sentimento de aprendizado é PESSOAL e GRUPAL.

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