domingo, 27 de março de 2011

Comparação e verbos da vontade humana

A comparação é uma operação fundamental do mecanismo cerebral, que se não for bem usada dá origem aos preconceitos, teorias incompletas, invejas, discriminações e outros distúrbios do mecanismo comparativo.

Comparação simples

Uma comparação simples utiliza um só fator/critério/característica. É dado um critério e detectamos, através de medida ou não, a situação relativa:


  • Menor
  • Igual
  • Maior


Para certos critérios, acrescentamos o parecido, que seria um pequeno grau de afastamento do igual, tanto em relação ao menor quanto ao maior.

Diagrama:


A comparação é uma pré-decisão. A comparação menos concreta, cada vez mais madura, se revela à medida em que o adulto começa a ter a noção do "parecido", pré-requisito para a tolerância. Crianças são concretas. Ou é, ou não é, ou maior ou menor, ou igual. Não existem ajustes finos. Certos adultos, vítimas da síndrome do perfeccionismo, doença da infelicidade, só aceitam as coisas se estiverem exatamente de acordo. Isto é que faz os projetos de nossas instituições demorarem anos para saírem do papel.

Comparação múltipla

Para decisões de planejamento, o mínimo de critérios comparativos deve ser de três. Se a situação se apresentar de tal forma que não sejam identificados em número de três, o contexto não terá sido bem percebido. E o desejável é que chegue a sete critérios.

Achou muito ? Vejamos um caso em que uma mãe de família está escolhendo frutas no sacolão. Vamos considerar que:

Critério 1: Gostos variados. Ela está escolhendo somente para ela. Não existem filhos ou marido envolvidos na situação, o que multiplicaria o número de critérios, além do mais quando se aumenta a quantidade de filhos.

Critério 2: Dentição. Trata-se de uma mulher que já fez tratamento dentário, e os dentes da frente (incisivos) não suportam muito esforço. Se escolher maças ou peras, cairá no critério 3. Frutas moles já são mais fáceis de se lidar.

Critério 3: Processamento. Frutas duras precisam ser descascadas e cortadas em pedaços finos.

Critério 4: Preço. As frutas da época são mais baratas.

Critério 5: Peso. Ela está fazendo compras sozinha, e só pode carregar 2 quilos em cada mão. Precisa escolher frutas que deêm muita quantidade com menos peso. A laranja é o exemplo de uma fruta com pouco aproveitamento, devido ao bagaço e pelo critério 2, não compensa à nossa dona de casa comprar.

Conclusão:

A comparação é o disparador da vontade humana, reveladora de seus gostos. Sua flexibilidade revela a sabedoria. Sua rigidez revela sua teimosia ou falta de maturidade do indivíduo. Sua inexatidão produz conclusões erradas. A quantidade de critérios utilizados revela a preguiça ou a visão do assunto em questão. Quanto mais critérios identificados, menor a possibilidade de erros e melhor o projeto.

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