quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fonética e a codificação de nossa memória

Temos 2 sentidos de percepção possíveis para a captação de informações da linguagem:
  • Olhos;
  • Ouvidos;
Já foi demonstrado que ler em voz alta estimula a memorização, por engajar estes 2 sentidos de percepção. Nos evangelhos, o Filho de Deus disse a seus discípulos que a fé vem pelo ouvir. São pistas científicas e do mundo espiritual que nos levam aquilo que foi corroborado pela ciência: a criança aprende a falar tentando imitar aquilo que dizem os adultos, primeiro sem entender o seu sentido, e depois entendendo que aqueles sons expressam idéias.

Estes sons são junções de sons básicos: os fonemas.

A língua portuguesa, por exemplo, possui 31 fonemas (não confunda com letras). Se uma criança nasce no Brasil, assim como em qualquer outro lugar, seu cérebro está aberto a um enorme conjunto de fonemas. No entanto, à medida em que vai aprendendo a sua língua natal, na forma dos fonemas da língua, seu cérebro vai se "fechando" para outros fonemas, e o seu aparelho fonador (músculos da face) vai ficando cada vez mais adaptado, e com a idade vai ficando cada vez mais difícil pronunciar fonemas de outras línguas. Daí a necessidade de se introduzir as línguas estrangeiras enquanto a criança ainda é um "jovem adulto".

Fonemas são as unidade de codificação da língua

Os fonemas são mais importantes que a escrita. A escrita tenta apenas representá-los, para que a transmissão da gramática seja possível. Não é nem preciso dizer o que a escrita fez pelas línguas.

As frases e períodos são como as cadeias de gens em nosso código genético. Com 5 bases nitrogenadas o DNA de nossas células consegue expressar uma série de características e de codificar nossas proteínas. A língua é algo bem mais complexo e precisa, pelo menos na portuguesa, de 31 fonemas, "tijolos" de nossas palavras e, por consequência, de nossos textos.

Seguindo este raciocínio, vamos encontrar em nosso órgão de audição o sistema de entrada mais provável para ser a base da explicação da codificação de uma língua e da linguagem.

Como as notas musicais, os fonemas são as unidades para os "pequenos acordes" que identificam os vocábulos que fazem sentido para a nossa audição linguística.

A tradução dos grupos de fonemas

Primeiramente, para que os fonemas não sejam recebidos de forma caótica, existem as pequenas pausas entre os grupos de fonemas (palavras), expressas na escrita por:


  • Espaços;
  • Vírgulas;
  • Ponto e vírgulas;
  • Ponto final;
  • Exclamação;
  • Interrogação;
  • Mudança de parágrafo;


Isto coaduna com a teoria musical, onde também são estabelecidas pausas.

Mas existem as variações de tempos destas pausas de acordo com o emissor do discurso, problema que não existe na escrita. Por isto o cérebro precisa fazer simulações muito rápidas. Teremos que dar um exemplo não muito fiel porque aqui estamos escrevendo:

O patopu lou dentroda gua.

Quando esta frase vem na forma de som, com estas pausas (espaços), o cérebro faz rápidas simulações de agrupamento sonoro, e verifica que não existe a palavra "patopu", nem "lou", nem "dentroda" e que "gua" deve ser água. Como também, em nossa língua, as palavras são, em sua maioria, dissílabos, o cérebro corta "patopu" de duas formas: "pato" e "topu". "Topu" não existe, mas "pato" sim. Como uma entidade foi identificada, após uma certa vivência da pessoa, ela sabe os ATRIBUTOS e AÇÕES peculiares ao pato e emite pedidos pelas suas redes neurais, que acabam decifrando o sentido da frase e as pausas corretas.

Devido ao número de conexões de nosso cérebro, na medida do amadurecimento do indivíduo, a decifração se dá de forma cada vez mais rápida.

Portanto, precisamos conhecer, cada vez mais, à medida em que evoluímos em idade, os ATRIBUTOS e AÇÕES que cada ENTIDADE da língua tem. Quanto maior o conhecimento, maior a quantidade de experimentações necessárias, porém maior a possibilidade de achar o sentido correto.

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