terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Oposição visão planejamento

Na incessante pesquisa sobre o cérebro, achamos sempre os mapas esquemáticos deste órgão, mostrando que, apesar dos olhos estarem à frente do crânio, internamente o processamento da imagem é feito na parte traseira do cérebro (córtex visual).

O centro de planejamento (lobo frontal) fica à frente do cérebro, responsável pelas simulações consoantes com o tempo futuro.

Mas por que esta oposição ? Não deveria o centro processador da visão ficar bem pertinho dos olhos ? A chegada da informação não seria mais rápida ? Compreendi, nas incansáveis pesquisas, e com a vivência, que o que chega no córtex visual não é apenas imagem. Vocês já ouviram a frase:

A gente vê o que quer ver

Os raios luminosos refletidos pelos corpos "que achamos que vemos como são" chegam ao córtex visual já "empacotados" junto com nossos conceitos, preconceitos, medos e emoções. Um exemplo claro é o da visão de um cão. A imagem NUNCA vem sem o acompanhamento de um pensamento de "será que ele morde" ou "adoro cães". Ficou claro ?

A visão de cada um é única, repleta de elementos adicionados conforme o histórico de vida de quem vê uma cena em particular. Nossa visão é INDIVIDUAL.

Daí o significado filosófico de estar o interpretador da visão tão longe dos olhos. Existe um outro significado, de que, antes de acreditarmos no que vemos, antes devemos submeter esta visão à nossa razão.

E quanto ao lobo frontal, nada mais eticamente correto do que ter este centro responsável pelo planejamento à frente do cérebro. O centro que olha para o futuro tem que estar na frente mesmo, pois que se atrás estivesse, olharia para o passado.

E se o leitor achar que esta visão paradoxal de olhos contra planejamento é muito filosófica, lembre-se do que o nosso corpo ensina com os membros duplicados (olhos, ouvidos, braços, pernas) quanto à nossa dualidade de pensamento.

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