Somos naturalmente dependentes químicos da dopamina, serotonina, melatonina e outros neurotransmissores. Ora, se a transmissão dos impulsos nervosos se dá por meio de fenômenos químicos, precisamos "bombear" estes neurotransmissores (e também ions de cálcio) pelas redes nervosas para efetuar as tarefas tão características da máquina cerebral: aprender, que consiste em experimentar um movimento ou tese, avaliar, fazer novo ajuste e experimentar novamente, num ciclo.
Se temos um ciclo, temos repetição. É como fazemos os exercícios, como aprendemos a andar de bicicleta, jogar pingue-pongue (tênis de mesa), damas, xadrez, etc:
Movimento1/tese1 => Avaliação => Ajuste => Movimento2/tese2 => ...
Portanto, a chave para se chegar à excelência de um movimento (ginastas) ou teses (cientistas) é o ciclo de aperfeiçoamento apresentado. Daí a necessidade da persistência, da vontade, da paciência. Em nossos anos de crianças, fomos "empurrados" pelos nossos pais a repetirmos pedaços de rotinas, rituais. Os professores nos faziam repetir exercícios aparentemente sem utilidade, mas importantes para o treino cerebral.
O lado obscuro da repetição
No entanto, em sua sede de neurotransmissores, o cérebro, se mal conduzido por distúrbios neuróticos, pode sair constantemente em busca de suas substâncias excitadoras, e se entregar a vícios que lhe dêem, bem rápido, as sensações que os neurotransmissores trazem. Daí vem as manias, neuroses, repetições desnecessárias da lavagem das mãos, da limpeza da casa, da escolha interminável de roupas, de compras compulsivas, de sexo, de agressão, de fumo. Qualquer coisa serve para colocar o cérebro em ritmo de produção constante de substâncias.
Por isto existe um nível do bom ou do ótimo que ao ser atingido DEVE interromper o ciclo. Deixe que alguém, na próxima geração, conseguirá melhorar aquilo que você fez.
O lado Modelo de Gestão da repetição
Releia o último parágrafo do item anterior e você vai associá-lo ao Ciclo de Melhoria de Processos tão falado ultimamente em Administração. Este ciclo é a ferramenta utilizada na Gestão Corporativa para que uma Corporação ou Empresa aperfeiçoe seus processos de modo a atingir um Padrão de Excelência.
Cada setor vai repetindo seus Processos, aperfeiçoando etapas, numa busca digamos "neurótica" pelo cada vez melhor desempenho e qualidade. Mas até isto pode trazer neuroses gerenciais, e uma possível opressão sobre os empregados executores. Por isto, deve-se estabelecer metas humanas, sem exageros.
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