sábado, 22 de outubro de 2011

Como é armazenada uma informação na memória - I

Tirando as frases que estamos cansados de ver em monografias, papers e livros sobre o Cérebro, vamos tratar este assunto com uma tese séria, instrumental e baseada na evidência linguística.

Natureza das palavras

Em um texto de Gestão do Conhecimento com o título "Palavras (Words) são Redes (Networks)" temos a primeira evidência para nossa discussão. Na Análise Sintática ensinada na escola, no ciclo fundamental, temos a segunda evidência. A terceira evidência é que "No cérebro as decisões são tomadas em assembléia". Leia o conteúdo destes três links antes de prosseguir neste texto.

E como quarta evidência, tenha em mente que tudo o que o homem faz no ambiente ele o faz reproduzindo algo que tem em seu corpo. Exemplos:

  •  A forma de exibição da imagem através dos pontos de luz nas TVs é semelhante à disposição de elementos na retina humana;
  • Os braços mecânicos dos tratores tiram a sua força de mecanismos semelhantes aos tendões puxados pelos músculos humanos;
  • O próprio tensionamento e relaxamento dos músculos se assemelha aos mecanismos de rosca sem fim e cremalheira dos equipamentos mecânicos;
  • O conjunto de ossos do aparelho auditivo, em conjunto com o tímpano, se assemelha ao mecanismo dos alto-falantes dos aparelhos de som;
  • A disposição dos livros nas estantes das bibliotecas e das casas se assemelha à disposição dos neurônios que guardam informações semelhantes nas "COLUNA NEURONAIS" em nosso córtex cerebral. Esta é a nova e surpreendente característica descoberta pelos neurofisiologistas;


A quinta evidência é a própria Internet. O ser humano acabou colocando a sua informação em rede, em resposta à sua disposição neuronal cerebral, que também é uma rede.

A nossa forma de receber a informação (input)

Vamos descrever o mecanismo através da análise da recepção de uma frase contendo informações, pois o ser humano troca informações através da linguagem, forma de emissão regida pelo uso de palavras de forma lógica (padronizada e previsível, de acordo com a gramática da língua praticada).

Para descrição da armazenagem da informação, examinaremos uma frase de informação, e verificar como ela é preparada e complementada para ser armazenada no lugar certo de nosso córtex cerebral.

Seja a frase:

"No último domingo, fomos ao parque andar de bicicleta. Eu, minha mulher e meu filho aproveitamos o sol do fim da tarde, pois estava muito quente."

Utilizando a segunda evidência (Análise Sintática), encontraremos as idéias da frase, para compor aquilo que a primeira evidência pede (a rede). Utilizaremos para isto o diagrama:


Esta é a rede que expressa a idéia da frase. A idéia central PREVISTA, de acordo com as observações já feitas há muitos anos, é aquela que possui VALOR AFETIVO mais alto. O cérebro é uma máquina diferente das outras, pois as idéias com carga AFETIVA são as fixadas de forma mais sólida. O mesmo ocorre com os TRAUMAS e EMOÇÕES.

Por esta razão, o filho e a esposa ficaram no primeiro nível. As outras idéias ficam, a princípio, misturadas no segundo nível.

A nossa forma de interpretar a informação (data processing)

A rede seria simples como apresentado caso o fosse para um cérebro quase virgem. Acontece que mesmo o cérebro de uma criança com 5 anos já tem uma biblioteca de conhecimentos adquiridos. Veja o diagrama a seguir:



O sol remete às idéias de Luz e de Calor que vão acompanhar o indivíduo para o resto da vida. E as idéias de parentesco ajudam a pessoa a identificar os laços que existem entre as pessoas de uma mesma família, acompanhando também o indivíduo para o resto de sua vida.

O próximo passo da organização desta rede na memória será discutido na PARTE II, pois este já está extenso o suficiente para a filosofia de Blog.



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