"O aprender vem pelo ouvir".
Nossa audição é um dos maiores dispositivos para o aprendizado. A visão engana muito e muito se diz que o ser humano, entre os animais, é o que mais enxerga mal. A visão dos animais é muito mais desenvolvida, por dependerem quase que completamente dela para caçar, e, portanto, para sobreviver.
A audição interpreta, quanto à língua portuguesa, os 31 fonemas, combinando-os para acessar o local correto na memória, entre nossas colunas neuronais (ver No cérebro as decisões são tomadas em Assembléia ). Veja a figura:
Aqui a palavra "gato", composta por dois fonemas (sílaba forte /'ga/ com /to/) produz um "indexador" no córtex auditivo para um local da memória situado próximo de pelo menos 3 colunas neuronais:
Coluna Neuronal de Animais, subcoluna de Felinos, subcoluna de Domésticos;
Coluna Neuronal de Tecnologia, pois "gato" tem um sentido metafórico no ramo da TV a cabo e da Energia Elétrica (pelo menos);
Coluna Neuronal de conceitos éticos, conceito de ilegalidade;
Ao se analisar o contexto em que se está utilizando a palavra "gato", o cérebro escolhe qual coluna acessar.
A indexação cerebral se assemelha a algo que utilizamos muito no dia a dia de estudantes: o dicionário. O contexto é a natureza do diálogo ou da leitura na qual estamos engajados no momento. Conceitualmente é muito simples.
Exploração dos mecanismos físicos (fisiologia) e evidenciais (linguagem)
para compreensão do funcionamento do Cérebro.
Blog da Rede Blogazine
Conteúdos com Pesquisa e Revisão
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Fonética e a codificação de nossa memória
Temos 2 sentidos de percepção possíveis para a captação de informações da linguagem:
Estes sons são junções de sons básicos: os fonemas.
A língua portuguesa, por exemplo, possui 31 fonemas (não confunda com letras). Se uma criança nasce no Brasil, assim como em qualquer outro lugar, seu cérebro está aberto a um enorme conjunto de fonemas. No entanto, à medida em que vai aprendendo a sua língua natal, na forma dos fonemas da língua, seu cérebro vai se "fechando" para outros fonemas, e o seu aparelho fonador (músculos da face) vai ficando cada vez mais adaptado, e com a idade vai ficando cada vez mais difícil pronunciar fonemas de outras línguas. Daí a necessidade de se introduzir as línguas estrangeiras enquanto a criança ainda é um "jovem adulto".
Fonemas são as unidade de codificação da língua
Os fonemas são mais importantes que a escrita. A escrita tenta apenas representá-los, para que a transmissão da gramática seja possível. Não é nem preciso dizer o que a escrita fez pelas línguas.
As frases e períodos são como as cadeias de gens em nosso código genético. Com 5 bases nitrogenadas o DNA de nossas células consegue expressar uma série de características e de codificar nossas proteínas. A língua é algo bem mais complexo e precisa, pelo menos na portuguesa, de 31 fonemas, "tijolos" de nossas palavras e, por consequência, de nossos textos.
Seguindo este raciocínio, vamos encontrar em nosso órgão de audição o sistema de entrada mais provável para ser a base da explicação da codificação de uma língua e da linguagem.
Como as notas musicais, os fonemas são as unidades para os "pequenos acordes" que identificam os vocábulos que fazem sentido para a nossa audição linguística.
A tradução dos grupos de fonemas
Primeiramente, para que os fonemas não sejam recebidos de forma caótica, existem as pequenas pausas entre os grupos de fonemas (palavras), expressas na escrita por:
Isto coaduna com a teoria musical, onde também são estabelecidas pausas.
Mas existem as variações de tempos destas pausas de acordo com o emissor do discurso, problema que não existe na escrita. Por isto o cérebro precisa fazer simulações muito rápidas. Teremos que dar um exemplo não muito fiel porque aqui estamos escrevendo:
Quando esta frase vem na forma de som, com estas pausas (espaços), o cérebro faz rápidas simulações de agrupamento sonoro, e verifica que não existe a palavra "patopu", nem "lou", nem "dentroda" e que "gua" deve ser água. Como também, em nossa língua, as palavras são, em sua maioria, dissílabos, o cérebro corta "patopu" de duas formas: "pato" e "topu". "Topu" não existe, mas "pato" sim. Como uma entidade foi identificada, após uma certa vivência da pessoa, ela sabe os ATRIBUTOS e AÇÕES peculiares ao pato e emite pedidos pelas suas redes neurais, que acabam decifrando o sentido da frase e as pausas corretas.
Devido ao número de conexões de nosso cérebro, na medida do amadurecimento do indivíduo, a decifração se dá de forma cada vez mais rápida.
Portanto, precisamos conhecer, cada vez mais, à medida em que evoluímos em idade, os ATRIBUTOS e AÇÕES que cada ENTIDADE da língua tem. Quanto maior o conhecimento, maior a quantidade de experimentações necessárias, porém maior a possibilidade de achar o sentido correto.
- Olhos;
- Ouvidos;
Estes sons são junções de sons básicos: os fonemas.
A língua portuguesa, por exemplo, possui 31 fonemas (não confunda com letras). Se uma criança nasce no Brasil, assim como em qualquer outro lugar, seu cérebro está aberto a um enorme conjunto de fonemas. No entanto, à medida em que vai aprendendo a sua língua natal, na forma dos fonemas da língua, seu cérebro vai se "fechando" para outros fonemas, e o seu aparelho fonador (músculos da face) vai ficando cada vez mais adaptado, e com a idade vai ficando cada vez mais difícil pronunciar fonemas de outras línguas. Daí a necessidade de se introduzir as línguas estrangeiras enquanto a criança ainda é um "jovem adulto".
Fonemas são as unidade de codificação da língua
Os fonemas são mais importantes que a escrita. A escrita tenta apenas representá-los, para que a transmissão da gramática seja possível. Não é nem preciso dizer o que a escrita fez pelas línguas.
As frases e períodos são como as cadeias de gens em nosso código genético. Com 5 bases nitrogenadas o DNA de nossas células consegue expressar uma série de características e de codificar nossas proteínas. A língua é algo bem mais complexo e precisa, pelo menos na portuguesa, de 31 fonemas, "tijolos" de nossas palavras e, por consequência, de nossos textos.
Seguindo este raciocínio, vamos encontrar em nosso órgão de audição o sistema de entrada mais provável para ser a base da explicação da codificação de uma língua e da linguagem.
Como as notas musicais, os fonemas são as unidades para os "pequenos acordes" que identificam os vocábulos que fazem sentido para a nossa audição linguística.
A tradução dos grupos de fonemas
Primeiramente, para que os fonemas não sejam recebidos de forma caótica, existem as pequenas pausas entre os grupos de fonemas (palavras), expressas na escrita por:
- Espaços;
- Vírgulas;
- Ponto e vírgulas;
- Ponto final;
- Exclamação;
- Interrogação;
- Mudança de parágrafo;
Isto coaduna com a teoria musical, onde também são estabelecidas pausas.
Mas existem as variações de tempos destas pausas de acordo com o emissor do discurso, problema que não existe na escrita. Por isto o cérebro precisa fazer simulações muito rápidas. Teremos que dar um exemplo não muito fiel porque aqui estamos escrevendo:
O patopu lou dentroda gua.
Quando esta frase vem na forma de som, com estas pausas (espaços), o cérebro faz rápidas simulações de agrupamento sonoro, e verifica que não existe a palavra "patopu", nem "lou", nem "dentroda" e que "gua" deve ser água. Como também, em nossa língua, as palavras são, em sua maioria, dissílabos, o cérebro corta "patopu" de duas formas: "pato" e "topu". "Topu" não existe, mas "pato" sim. Como uma entidade foi identificada, após uma certa vivência da pessoa, ela sabe os ATRIBUTOS e AÇÕES peculiares ao pato e emite pedidos pelas suas redes neurais, que acabam decifrando o sentido da frase e as pausas corretas.
Devido ao número de conexões de nosso cérebro, na medida do amadurecimento do indivíduo, a decifração se dá de forma cada vez mais rápida.
Portanto, precisamos conhecer, cada vez mais, à medida em que evoluímos em idade, os ATRIBUTOS e AÇÕES que cada ENTIDADE da língua tem. Quanto maior o conhecimento, maior a quantidade de experimentações necessárias, porém maior a possibilidade de achar o sentido correto.
Como se representa o tempo e suas implicações
É impossível representar o tempo qual ele é, pois é uma abstração.
No entanto, a mente que o concebeu (o cérebro de alguém sábio) acaba por representá-lo de alguma forma reveladora. Nos gráficos dos livros de Física, ele aparece no eixo horizontal, apontando para a direita.
Primeira evidência
Então, em nossa primeira evidência, o tempo é expresso no espaço (seu único apoio em nosso mundo geométrico) crescendo ou vindo da esquerda para a direita.
Segunda evidência
Nos esquemas de instruções de um caminho, as mesmas vem numeradas:
O tempo como uma medida
Vamos esquecer do relógio, e conceber a nossa solução para medição de tempo. Suponhamos um segmento de disco, um anel gigantesco, maior que o universo conhecido, onde anda uma formiga das dimensões normais em nosso planeta. A posição da formiga em relação ao ponto inicial (quando se começou a medir isto que chamamos de tempo) seria a hora Universal:
Portanto, para estes seres, neste Universo mostrado, o Tempo seria uma medida cuja base de cálculo seria uma Posição, ou seja, uma abordagem geométrica. O relógio obedece a este tipo de abordagem, no entanto é preciso computar o número de voltas. Aqui imaginamos que o anel em torno do universo é tão grande, que uma volta nunca será completada.
Conclusão
Sendo o tempo uma abstração, podemos abordar seu significado através de pelo menos três meios teóricos:
No entanto, a mente que o concebeu (o cérebro de alguém sábio) acaba por representá-lo de alguma forma reveladora. Nos gráficos dos livros de Física, ele aparece no eixo horizontal, apontando para a direita.
Primeira evidência
Então, em nossa primeira evidência, o tempo é expresso no espaço (seu único apoio em nosso mundo geométrico) crescendo ou vindo da esquerda para a direita.
Segunda evidência
Nos esquemas de instruções de um caminho, as mesmas vem numeradas:
Os números superam a disposição esquerda direita (nosso sentido da escrita). Por falta de espaço, tivemos que fazer um caminho circular, mas a ORDEM numérica superou qualquer engano. Aqui é a ORDEM que simula o sentido abstrato do TEMPO.
Fala-se muito de ESPAÇO/TEMPO, mas pode ir se acostumando com o trinômio ESPAÇO/ORDEM/TEMPO, muito mais completo filosoficamente.
O tempo como uma medida
Vamos esquecer do relógio, e conceber a nossa solução para medição de tempo. Suponhamos um segmento de disco, um anel gigantesco, maior que o universo conhecido, onde anda uma formiga das dimensões normais em nosso planeta. A posição da formiga em relação ao ponto inicial (quando se começou a medir isto que chamamos de tempo) seria a hora Universal:
Conclusão
Sendo o tempo uma abstração, podemos abordar seu significado através de pelo menos três meios teóricos:
- Direção e medida;
- Ordem;
- Posição geométrica;
sábado, 5 de novembro de 2011
As primeiras idéias da criança - Colunas Neuronais
Depois que nos tornamos adultos, afasta-mo-nos demasiado de nossas primeiras impressões para lembrarmos de como iniciamos o nosso trajeto pela estrada do raciocínio.
Neste post sobre o nascimento de nosso raciocínio, vamos apenas dar a lista de nossas primeiras idéias (colunas neuronais zero):
Precisamos lembrar que as prioridades de visão do mundo para a criança são:
Se quiser entender a lista acima, siga este blog.
Neste post sobre o nascimento de nosso raciocínio, vamos apenas dar a lista de nossas primeiras idéias (colunas neuronais zero):
- Proteção
- Luz
- Movimento
- O Corpo
- Comprimento
- Família
- Casa
- Cópia
- Direções
- Distância
- Recipiente
- Tamanhos
- Escola
- Números
- Quantidade
- Ordem
- Tempo
- Letras
- Comparação
- Idade
- Volume
- Temperatura
- Som
Precisamos lembrar que as prioridades de visão do mundo para a criança são:
- Sobrevivência;
- Afetividade;
- Razão;
Se quiser entender a lista acima, siga este blog.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Educando a criança - Conceitos de ordem e de tempo
Após longo tempo de meditação a respeito do TEMPO, regredimos o seu conceito para encontrar sua forma primitiva.
E por que fizemos isto ? O conceito de tempo é inatingível pois foi somente uma invenção do homem, baseada na contagem da idade de seus semelhantes, para que tivesse a noção da medida das mudanças, dando credibilidade ao registro de fatos que observava.
O que a criança primeiro entende é o conceito de ORDEM. Ela não pode entender o Tempo, pois não viveu o suficiente para observar mudanças. E como dissemos que o Tempo nasceu para que se tivesse uma "noção da medida das mudanças", a criança não tem o pré-requisito necessário para a compreensão. Ela precisa juntar várias observações ao longo de sua vida (escapamos de dizer "ao longo do tempo") para que nasça em seu raciocínio a base para esta compreensão.
A ordem
Desta podemos falar com clareza; esta podemos ensinar à uma criança. Mostre a ela uma FILA de pessoas, ou uma Fila de carrinhos, ou uma Fila de soldadinhos. Mostre a ela o PRIMEIRO da Fila e mostre o ÚLTIMO da Fila.
Em um outro encontro, mostre novamente o Primeiro e o Último, e em seguida aponte SEGUNDO, TERCEIRO, Quarto, etc.
Em uma outra conversa, se a criança tem irmãos, diga-lhe que o mais velho (diga o nome dele) nasceu primeiro, e assim por diante, até chegar na criança e depois no último irmão (o mais novo).
É fundamental utilizar elementos da família como exemplos, para atingir os centros afetivos da criança.
Caso a criança more em um prédio, mostre os andares pelo lado de fora, apontando o primeiro, o segundo, etc. Se o prédio possuir elevador, mostre os números nos botões. Se não tiver, na primeira oportunidade faça esta exposição.
Conceitos avançados
Em outra conversa, após o entendimento do anteriormente exposto, converse sobre a Ordem dos fatos que acontecem no dia a dia da criança. Primeiro ela acorda, depois toma banho, depois toma o café, depois escova os dentes, e assim por diante.
Todos os fatos apresentados à criança deverão fazer parte de seu cotidiano, e os mesmos devem, sempre que possível, estar no universo da família. Se ela disser algo como "igual o que acontece com ...", anote cuidadosamente aquilo ao que ela se referiu. Se a referência for em relação a um primo, a um colega, a um amigo, ao cachorro, use isto a que ela se referiu, pois certamente pertence ao seu UNIVERSO AFETIVO.
E por que fizemos isto ? O conceito de tempo é inatingível pois foi somente uma invenção do homem, baseada na contagem da idade de seus semelhantes, para que tivesse a noção da medida das mudanças, dando credibilidade ao registro de fatos que observava.
O tempo é puramente filosófico. O tempo é uma abstração [necessária].
O que a criança primeiro entende é o conceito de ORDEM. Ela não pode entender o Tempo, pois não viveu o suficiente para observar mudanças. E como dissemos que o Tempo nasceu para que se tivesse uma "noção da medida das mudanças", a criança não tem o pré-requisito necessário para a compreensão. Ela precisa juntar várias observações ao longo de sua vida (escapamos de dizer "ao longo do tempo") para que nasça em seu raciocínio a base para esta compreensão.
A ordem
Desta podemos falar com clareza; esta podemos ensinar à uma criança. Mostre a ela uma FILA de pessoas, ou uma Fila de carrinhos, ou uma Fila de soldadinhos. Mostre a ela o PRIMEIRO da Fila e mostre o ÚLTIMO da Fila.
Em um outro encontro, mostre novamente o Primeiro e o Último, e em seguida aponte SEGUNDO, TERCEIRO, Quarto, etc.
Em uma outra conversa, se a criança tem irmãos, diga-lhe que o mais velho (diga o nome dele) nasceu primeiro, e assim por diante, até chegar na criança e depois no último irmão (o mais novo).
É fundamental utilizar elementos da família como exemplos, para atingir os centros afetivos da criança.
Caso a criança more em um prédio, mostre os andares pelo lado de fora, apontando o primeiro, o segundo, etc. Se o prédio possuir elevador, mostre os números nos botões. Se não tiver, na primeira oportunidade faça esta exposição.
Conceitos avançados
Em outra conversa, após o entendimento do anteriormente exposto, converse sobre a Ordem dos fatos que acontecem no dia a dia da criança. Primeiro ela acorda, depois toma banho, depois toma o café, depois escova os dentes, e assim por diante.
Todos os fatos apresentados à criança deverão fazer parte de seu cotidiano, e os mesmos devem, sempre que possível, estar no universo da família. Se ela disser algo como "igual o que acontece com ...", anote cuidadosamente aquilo ao que ela se referiu. Se a referência for em relação a um primo, a um colega, a um amigo, ao cachorro, use isto a que ela se referiu, pois certamente pertence ao seu UNIVERSO AFETIVO.
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