segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que a formiga tem a ver com bolo

Quando somos bem crianças, observamos as formigas caminhando. Muitas são as pessoas que narram que durante a infância fizeram "experiências" com formigas, por serem criaturas muito pequenas e indefesas. Tudo em nome da curiosidade de alguém que acaba de chegar no planeta terra e quer explorar este mundo.

Quando somos crianças também nos dão bolo, e muitas são as que lhe dão nomes reduzidos como "bo" por ainda não terem a audição desenvolvida o bastante para identificar os fonemas concatenados da língua.

Bem, para crianças neste estágio, bolo é bolo, é algo que se come. Neste estágio elas ainda não se associam bolo a comida mas tão somente a doce. Para ela, comida é aquilo que servem na hora do almoço. Portanto, neste estágio, a criança tem redes neurais separadas para bolo e para formiga. Em um belo momento da vida,  a mãe ou pai ou professor vai lhe chamar a atenção para comer logo o bolo, ou embrulhá-lo quando não estiver comendo porque senão as formigas podem atacá-lo. Neste momento, as redes se unem.



O aprendizado é assim. Cada idéia é uma pequena rede. As associações começam a ligar estas redes entre si, proporcionando uma compreensão mais integral da realidade que é descrita pelo nosso "simulador da realidade": o cérebro. As redes unidas formam uma "nuvem" extensa de conhecimento intercruzável, cada vez com mais "pontas" para serem unidas a outras redes no futuro, formando nuvens cada vez maiores.

NOTA: O diagrama não leva em conta as direções da rede. Isto não significa que um bolo pode comer uma formiga.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O cérebro é realmente dois

A ciência e o conhecimento já caminharam muito, e hoje a maior parte das pessoas sabe que nosso cérebro é constituído de dois hemisférios cerebrais. Espere um pouco para perceber o que vamos expor.

Não percebemos a realidade como ela realmente é. Primeiro que tudo chega à nossa compreensão mais ou menos meio segundo de tempo após ter acontecido. Por isto muitas pessoas dizem que viram um carro se aproximar delas e quando deram por si, o carro já as tinha atingido, ou algo acontecido. Segundo que focamos nossa atenção em um ponto da ação, pois é impossível ver todos os detalhes de uma ação que não se repete.

Bem, ligando as duas coisas (dois hemisférios, e não enxergamos a realidade como ela é), percebemos que nosso "equipamento cerebral" é duplo em função da realidade cheia de detalhes, e ainda assim não temos uma percepção completa. Seria como termos 2 para 10 em relação à realidade.

Os dois hemisférios

Enquanto o hemisfério direito "desenha" ou esboça um quadro do que vemos, o esquerdo o auxilia com a razão, trazendo os conhecimentos disponíveis. Um exemplo:

Você vê o cachorro coçando a orelha com a pata traseira. O hemisfério direito "desenha" na sua mente a pata passando várias vezes na orelha, ou seja, o ato visual. O hemisfério esquerdo fica então fazendo conjecturas (hipóteses) como: devem haver pulgas na orelha do cachorro, este cachorro não tomou banho, pode ser uma ferida, etc.

Repare que estamos descrevendo o processo de ver o cachorro neste ato com dois assistentes apenas (os hemisférios cerebrais), como se um fosse o "cameraman" e o outro (esquerdo) fosse o repórter. Esta metáfora está muito de acordo com a nossa vivência frente aos noticiários de TV. Mas a operação dentro de cada hemisfério é muito complexa. A narração implica que o repórter pesquisou ou adquiriu conhecimentos (como muitos de nós) sobre o cachorro, sobre sua relação com as pulgas, sobre os benefícios do banho, etc. O trabalho do cameraman é mais simples, mas contou com o sofisticado mecanismo da câmera para receber os reflexos da luz sobre os objetos e gravá-los.

Conclusão

Os fatos que chegam à nossa percepção e que adentram o nosso cérebro são como notícias que a realidade envia, e isto o tempo todo, como um canal de TV 24 horas, ou durante o período de nossa vigília. Um hemisfério é o narrador bem informado e o outro é o cameraman.
Então, a grosso modo, o hemisfério direito "filma" ou "fotografa" a ação, o o hemisfério esquerdo coloca a legenda no filme ou na foto produzida.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Inteligência e Alzeimer

Existe uma relação inversa entre o mal de Alzeimer (que ataca idosos principalmente) e a inteligência.

O mal de Alzeimer

Este mal é uma destruição gradativa de tecidos cerebrais que vai prejudicando a "alimentação" das células nervosas, provocando sua destruição. As descobertas recentes mostram que esta destruição é aleatória no sentido em que vai ocorrendo em pontos isolados do cérebro, provocando o "esquecimento" de uma ou outra coisa e uma incapacitação de uma ou outra parte dos sentidos.

Em um belo dia, o equilíbrio e o engajamento das redes necessárias ao entendimento ou execução de uma tarefa fica tão comprometido em suas ligações que o indivíduo não mais consegue fazer ou lembrar de determinada coisa. Um exemplo é o ato de andar de bicicleta. Ele depende do sentido da visão, da audição (equilíbrio) e do controle muscular. Quando a rede neural do controle muscular é prejudicada, os efeitos visíveis são apenas dificuldades de movimentação. Quando a visão é prejudicada, a pessoa vai ao oculista e regula o grau do óculos ou lente de contato, sem perceber que não é apenas um problema ocular que está ocorrendo. Quando a rede da audição é prejudicada, o indivíduo mais velho acha normal, pois acha que o problema é da idade. Se estas três redes estiverem com danos sérios ao mesmo tempo, o equilíbrio e a sua manutenção muscular estarão finalmente falidos, e o indivíduo incapacitado.

A inteligência

A inteligência se manifesta (ela não existe o tempo todo) quando as redes neurais construídas em resposta ao processo de aquisição de conhecimento nos diversos ramos vão adquirindo mais e mais ligações por meio da metaforização, dedução e comparação.

Tomemos como exemplo um estudante. Ele adquire os conhecimentos básicos de matemática, física, química, sociologia, meio ambiente e outros na escola. Vamos supor que ele tenha o artesanato como hobbie (ocupação paralela), e faça pulseiras e colares. Ele precisa de arame e pedras semi-preciosas para o seu trabalho. Ele começa a viajar para adquirir tais matérias-primas a preços melhores e as mais atraentes possíveis.

Dentro do cérebro deste indivíduo, estão sendo formadas redes neurais para reter conhecimentos de economia, atratividade, mercados consumidores de suas criações, manipulação de metais e engastes de pedras, polimento, ferramentas mais apropriadas, etc.

Em determinado momento, as ligações são tantas, que até dormindo este nosso indivíduo exemplo cria, pois recebe sensações das redes "conversando entre si". Quando sua rede que segura o conhecimento sobre a manipulação e molde dos arames "conversa" com a rede que conhece as pedras e suas características, ele começa a perceber novas formas de prender a pedra com o arame, fazendo desenhos que disfarçam o envolvimento de um no outro.

Conclusão

Se entendermos como o cérebro é destruído pelo Alzeimer, poderemos intuir o processo de construção de suas redes para produzir o fenômeno conhecido como inteligência. E estudaremos o de destruição pelo fato de ser o mais comum, segundo um princípio de nome entropia da física, que se traduz para o leigo como desorganização.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O que existe por detrás do gato correr atrás do rato

Vamos discutir a frase "o gato correu atrás do rato" para uma criança. Você acha uma discussão tola ? Então leia e pense. Esta "dupla dinâmica" de entidades (pois só são isto a princípio), em nosso tempo, é apresentada às crianças no desenho animado Tom e Jerry. Este é o referencial para as crianças. A primeira pergunta da criança para os pais é:

Por que o gato está correndo atrás do rato ?

A resposta óbvia é:

Porque o gato quer pegar o rato para comer.

Quem acompanhou Tom e Jerry nestes anos todos sabe que esta é a intenção do gato Tom, que não teve êxito e nem o terá no tempo, senão a dupla acaba, a história acaba e é o fim da magia. Outras gerações precisam do conhecimento que esta relação entre os dois quer transmitir.

Então vem a próxima pergunta:

Por que o gato quer comer o rato ?

A resposta simples:

Porque gatos comem ratos.

Talvez a criança fique satisfeita. Aí reside uma verdade estabelecida. A criança come comida e sabe que tem fome, e come arroz, carne, batata frita, hamburguer. Ela sabe que comer faz parte do seu instinto, e isto é automático. Por isto a resposta "gatos comem ratos" faz sentido para ela. Instinto básico. E instinto básico não se questiona.

Este par, esta dupla, é a sua primeira associação válida de comer com o mundo interno que ela já conhece. Neste mundo interno ela come comida, porque tem fome.

Diagrama de contexto



As perguntas mais inocentes podem surgir:

- Papai, o gato pode me comer também ?

- O gato é menor que você. Ele não vai te comer.

- O gato pode comer a minha comida ?

- Pode.

- O rato também ?

- Também.

- Eu posso comer o gato ?

- Nós não comemos carne de gato.

- Por que ? (Uma negação quase sempre trás outra pergunta.)

- Porque gente não come carne de gato.

- Por que gente não pode comer carne de gato ?

- Porque não faz bem.

- Dá dor de barriga ?

- Tem outros bichos que a gente pode comer: galinha, peixe, vaca, mas gato e rato não. Os homens não estão acostumados a comer carne de gato, e rato é um bicho que anda na sujeira.

- Mas porco também anda no sujo e a gente come.

- O porco que comemos sai de uma fazenda, e lá é tudo muito limpo.

Não vamos descer a discussões mais profundas de saúde e nutrição, pois queremos tirar as relações básicas de uma pura conversa de criança, ainda não poluída por abstrações adultas, e poder investigar o cérebro em ação.

Comer é uma ação. Por não ser uma entidade de fácil assimilação, as ações precisam ser fortemente caracterizadas no que acaba sendo uma rede de conhecimentos. Vocês viram pelo tamanho do diálogo o quanto foi preciso conversar com a criança para lhe dar uma idéia do ato de comer em suas diversas relações.

O referencial humano

Em sendo cada um de nós nosso primeiro referencial (e isto é ainda mais forte no caso das crianças), a primeira pergunta foi algo bem visceral, ligado à sobrevivência, e ao medo:

Papai, o gato pode me comer também ?

As crianças são egocêntricas, e diante da ameaça de um animal comê-la, ela quis logo saber do pai se o gato podia comê-la. Nossa primeira medida somos nós mesmos. O cérebro está encerrado dentro de nosso crânio. Ele fica preocupado sobre os riscos que estão à sua volta.

Para tranquilizar a criança, o pai lhe apresenta a relação mais básica na frase:

O gato é menor que você. Ele não vai te comer.

Aqui está a relação mais básica para o raciocínio a respeito de muitas coisas: o tamanho. O maior subjuga o menor. O maior é mais forte que o menor. Para a criança isto é absolutamente satisfatório, e um ponto de partida que não pode ter muitas ramificações, até que ela amadureça um pouco (por volta dos sete anos). A resposta do pai tranquiliza a criança para muitas relações entre ela e outras entidades que apareçam diante dela, como formigas, pássaros, etc.


Depois vem associações que a criança explora relacionando as entidades deste seu momento frente ao gato e ao rato, como:

"Eu posso comer o gato ?" , "por que gente não pode comer carne de gato", "mas porco também anda no sujo e a gente come ?"

A criança cruza as entidades entre si, procurando relações válidas. Qualquer negativa é questionada. O cérebro, o herói por detrás das perguntas, age desta forma, procurando as relações e, ao se surpreender com um "não", "se revolta" e pergunta o por quê. Existe agressividade quando se pergunta algo que não se sabe, e este instinto agressivo ajuda a investigação.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cérebro e açúcar

Estudávamos digestão, e nos deparamos com um vídeo em três partes no site Youtube. Vídeo excelente, ele explica as fases da digestão com a autoridade de quem está na era da Internet. A parte que nos interessa trata da primeira fase, a de mastigação (na boca é claro), quando a enzima Ptialina "ataca" os alimentos que possuem glicose em sua cadeia química.

Perguntamos então: por que o tratamento da glicose em primeiro lugar ?

Qualquer alimento com amido (que é uma cadeia carbônica com glicose em sua constituição) mastigado durante 3 minutos já libera um gosto doce na boca. Somos obrigados a crer que se o açúcar é priorizado, é porque tem alta importância. O cérebro considera importante liberá-lo logo. E sabem por quê ? Porque se o corpo, estrutura mantenedora e transportadora do regente dele mesmo, estiver com sua sobrevivência ameaçada, ele quer garantir a existência do seu controlador: o cérebro.

Se você estiver se sentindo fraco, a beira de um desmaio, basta chupar uma bala, ou mastigar um pedaço de chocolate, ou barra de cereal.

O cérebro e o corpo priorizam o açúcar, pois ele é fonte direta de glicose.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Conversando e montando um quebra-cabeças

No post anterior falamos sobre os fragmentos que o cérebro vai unindo, colando para compor as idéias. Existe outro modus operandi do cérebro em relação a este aspecto. À medida em que alguém que está conversando conosco vai falando, o cérebro se antecipa um pouco, tentando completar (adivinhar) a idéia que o nosso interlocutor está tentando nos transmitir. Nosso cérebro pode fazer isto numa medida proporcional à sua maturidade.

Um exemplo:

Alguém está nos contando que outra pessoa (um terceiro) estava no telhado colocando uma antena de TV. Ora, antes de concluir a narração, nosso cérebro já antecipa certas coisas, como: a pessoa caiu, um raio a atingiu, etc. Mas a pessoa pode contar que quem estava colocando a antena simplesmente achou um pássaro morto no telhado.

Isto ocorre porque durante a conversa o cérebro acessa suas redes neurais relacionadas a acidentes com pessoas em lugares propensos a riscos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Fragmentos de linguagem

A visão do cérebro como um montador de fragmentos coaduna com o nosso prazer de recompor as figuras dos quebra-cabeças, de resolver enigmas, de procurar fazer a classificação de tudo o que vemos a nossa volta. Não existe um "continum" na nossa linguagem, e sim estruturas léxicas que unem fragmentos de idéias através de preposições, pronomes relativos (que, qual, cujo) e outros vocábulos de ligação. Estes acabam sendo ignorados pela nossa memória de curta duração, que só guarda o necessário, e as vezes nem isso.

Se nos dizem:

"O presidente Lula afirmou que sai satisfeito com o seu duplo governo, e que a satisfação se completa ao deixar a sua companheira Dilma como praticamente uma substituta capaz ",

o que fica ecoando em nossa mente após esta frase ser dita, após algum tempo é:

Lula está satisfeito, com o governo que fez, e com Dilma em seu lugar.

A mente não fez realmente um resumo como muitos poderiam dizer apressadamente. Ela se submeteu aos fragmentos mais importantes: Lula, satisfeito, governo e Dilma. O que se poderia denominar resumo são as palavras chave de maior expressão, para o contexto de maturidade de quem ouviu. Uma criança, que conheça o polvo e a lula de algum trabalho escolar, mas que não saiba que Lula é um apelido de alguém, talvez suponha que uma forma de peixe ficou satisfeita , mas não saberia bem o porquê, e até esquecesse o nome Dilma, muito menos conhecida do que Lula.

O cérebro é um montador de fragmentos

Estamos tão acostumados com as frases que aprendemos dos pais e professores, que achamos que elas contêm realmente uma estrutura ordenada apropriada para entendimento. Isto é uma utopia. Consideremos a diversidade de línguas e dialetos correntes em nosso mundo. Se houvesse uma linguagem apropriada, com esta característica de estrutura ordenada, perfeitamente inteligível pelo cérebro, teríamos uma só língua (como antes da torre de Babel).

Vamos mais longe, então, postulando que o cérebro é capaz de entender qualquer linguagem que se conceba. E sabem por que ? Porque o cérebro liga, relaciona os fragmentos que pronunciamos em nossos diálogos ou lemos em textos, fazendo experimentos de relações que aprendemos ao longo da vida, e, ao final dos experimentos, estabelece um sentido no qual vai acreditar (isto porque "cada cérebro uma sentença").

Um exemplo:

O gato comeu o rato.

Nosso cérebro recebe as duas entidades: gato e rato. Antes de processar a ação de comeu, ele já imagina (devido à nossa cultura adquirida) o gato correndo atrás do rato e talvez, ao alcançá-lo, comendo o rato. Quando a ação (última a ser percebida, pois é mais abstrata do que entidades muito conhecidas por nós) comeu é processada em nossa mente, aceitamos a idéia, e o enunciado é repetido no cérebro.

É assim que o cérebro trabalha. Ele primeiro captura e depois liga fragmentos. Não existe a linguagem (sintaxe) ideal para o cérebro. Qualquer uma serve, contanto que tenha regras previsíveis e que façam sentido para o cérebro.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O princípio da economia cerebral - III

Vamos falar da PREGUIÇA.

Não julgue e condene os preguiçosos, pois eles assim o fazem para reter o açúcar para utilizar em outra hora e para outros fins. Quem dá esta ordem é o Cérebro, maior usuário deste recurso molecular. Se suas pernas ou seus braços gastarem o açúcar, o cérebro ficará "assustado" e com medo de não tê-lo na hora que precisar.

Já viu como você ganha forças quando precisa fazer algo para saciar sua fome ? Já viu como o ser humano é capaz de roubar e matar por comida ? É o cérebro que lhe dá esta ordem, senão todo o corpo que trabalha para ele pode morrer, e ele junto, por consequência.

Superar a preguiça é uma opção do cérebro educado e disciplinado. Ele diz, após conhecer a verdade, ao corpo para que trabalhe para ganhar o dinheiro para comprar "açúcar" (qualquer alimento que o contenha) e que faça exercício, de outra forma o corpo não poderá se deslocar para o trabalho nem ter forças nos braços para fazer o esforço que é recompensado com o dinheiro para comprar "açúcar".

sábado, 20 de março de 2010

A linguagem é uma chave para desvendar o cérebro

De um exemplo da língua portuguesa, que dei ao meu filho, surgiu a frase sobre a qual vamos discutir:

"O cérebro é uma máquina de produzir textos"

Como cheguei a esta conclusão ?

Leia o seguinte post no blog da utilidade do português.

O mecanismo manifestado no exemplo que dei, da narrativa de um acidente é o seguinte:

Meu filho vê o acidente
A imagem adentra seu cérebro através dos olhos
Se cérebro traduz a imagem em narrativa
A narrativa gera uma nova imagem composta apenas pelos componentes que fazem parte do mundo que este cérebro conhece (seu vocabulário, sua memória)
Baseado nesta nova imagem, meu filho narra o fato visto a partir de agora

Por isto se diz que o fato é alterado, na narração, por aquele que o narra. Se este narrador for cego para detalhes que viu, mas que não conhece, estes detalhes serão desprezados e perdidos.