Como nosso próximo post será sobre o Nível Casa da Hierarquia da Linguagem, vamos analisar o desenvolvimento da criança para entender como este ambiente caseiro, acolhedor, influencia a sua Linguagem.
A influência sobre a Linguagem da Criança fica mais evidente aos seus 18 meses de vida (1 ano e meio de idade) quando, segundo (MALDONADO et al, 1993) seu vocabulário de 50 palavras começa a ter um crescimento espantoso, talvez conjugado à sua capacidade de falar. Esta idade de 18 meses é crucial. O bebê da espécie humana não chega ao mundo com o cérebro totalmente formado. E nesta idade é que ele começa a falar.
Para delimitar os campos de aquisição da linguagem pelas crianças, pelos motivos apresentados, devemos nos lembrar que elas são um tanto esquizofrênicas, ou seja, a realidade não é totalmente apreendida em sua quase exatidão (pois mesmo os adultos não captam a realidade em sua inteireza) pois se mistura a fantasias. Na pré-adolescência e no curso da adolescência, em magnitudes variáveis, é que a criança se insere totalmente na realidade.
Portanto, quando demonstrarmos as aquisições de linguagem no nível da Casa, devemos ter em mente que este nível está fundido ao imaginário da criança, adquirido em casa. Consideraremos assim de forma a não confundir este nível de hierarquia da Linguagem com o nível abstrato, pois o imaginário da criança não pode ser chamado de abstrato, pois não é fruto de raciocínios, e sim um mundo paralelo estabelecido pelas fábulas, mitos, histórias antigas e fantasias, que se inserem em uma realidade possível mas não abstrata. As princesas e os príncipes, reis, bruxas e magos existiram, não com a carga de imaginação atribuída a elas pelas crianças, mas numa proporção que está dentro do aceitável para educar.
Concluindo: o nível da Casa (e poderia ser a escolinha) é o local onde se adquire e se desenvolve também o imaginário da criança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua para discussão com críticas e sugestões, mas dentro do assunto.